quinta-feira, 22 de março de 2018

Dai-nos coragem, Senhor, para o caminho!


Deus misericordioso, 
enquanto partimos com Jesus, no início da sua Paixão, 
abri os nossos ouvidos para escutar o seu convite, 
a tomarmos a nossa própria cruz, 
em cada dia e a segui-Lo. 
Dai-nos a coragem para enfrentarmos os desafios 
com que deparamos no caminho 
e libertai-nos da paralisia do medo. 
Fortalecidos pela vossa graça, que nos possamos ajudar 
uns aos outros a levantarmo-nos. 
Possamos nós confiar que, caminhando com o Senhor, 
chegaremos juntos à plenitude da vida e da alegria, 
que é a nossa esperança e vosso dom. 
Isto vos pedimos por Cristo, vosso Filho e nosso irmão.  Ámen. 

(Timothy Radcliffe in "Carregou as nossas dores") 

terça-feira, 13 de março de 2018

Diante da Cruz

Quantas vezes, Senhor, não fomos fiéis,
Não fomos realistas diante das coisas;
quantas vezes acreditamos tão pouco
na inesgotável força de vida que emana da cruz!
Concede-nos, Senhor, que, contemplando-a,
nós nos sintamos amados por Ti,
amados por Deus até ao fundo,
assim como na verdade somos;
e que creiamos que pela força da cruz
haja em nós uma nova capacidade
para dedicar-nos aos irmãos,
segundo aquele estilo e modo
que nos foi ensinado e comunicado através da cruz.
Concede-nos, Senhor,

a graça de descobrir que a cruz
faz nascer verdadeiramente um homem novo dentro de nós,
acende novas formas de vida entre os homens,
torna-se o prelúdio,
a premissa e a antecipação daquela vida plena
que explodirá no mistério da ressurreição.
Colocamo-nos de joelhos diante da cruz com Maria
e suplicamos de entender, como ela compreendeu,
o mistério que transforma o coração do homem
e que transforma o mundo.

(Carlo Maria Martini) 

sábado, 10 de março de 2018

«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc. 6,36)

São Francisco de Assis abraça um leproso
«Sinto que a Paixão de Cristo está incessantemente a acontecer de novo por toda a parte. Estamos dispostos a participar nesta Paixão? Estamos dispostos a partilhar os sofrimentos dos outros, não apenas onde a pobreza reina, mas em qualquer parte do mundo? Parece-me que a grande miséria e o sofrimento são mais difíceis de resolver no Ocidente. Quando encontro uma pessoa esfomeada na rua, oferecendo-lhe uma tigela de arroz ou uma fatia de pão, posso apaziguar-lhe a fome. Mas aquele que foi pisado, que não se sente desejado, amado, que vive com medo, que se sente rejeitado pela sociedade, esse experimenta uma forma de pobreza bem mais profunda e dolorosa. E é muito mais difícil encontrar remédio para ela.
As pessoas têm fome de Deus. As pessoas estão ávidas de amor. Temos consciência disso? Sabemos disso? Vemos isso? Temos olhos para ver? Muitas vezes, o nosso olhar vagueia sem se fixar. Como se andássemos a pairar neste mundo. Temos de abrir os olhos e ver.»

(Santa Teresa de Calcutá)

sexta-feira, 2 de março de 2018

Via Sacra de Paul Claudel

Primeira Estação: Jesus é condenado à morte


Pronto. Nós julgámos Deus e  condenamo-Lo à morte.
Não queremos mais Jesus Cristo connosco porque Ele incomoda-nos.
Não temos outro rei senão César, outra lei senão a do mais forte!
Crucificai-O, se quereis, mas desembaraçai-nos d´Ele depressa!
Pilatos está sentado no tribunal: Tolle! Tolle!
Que nos importa que Barrabás seja solto? Mas a este, é preciso que se imole!
“Não tens nada a dizer?”, diz Pilatos.
E Jesus não responde.
– “Eu não encontro mal nenhum nesse homem. Mas como?
Quereis mesmo que morra? Eu vo-Lo entrego: Ecce homo!”
Ei-Lo, coroa na cabeça, púrpura nos ombros.
Uma última vez, cheio de pranto e de sangue, o Seu olhar procura-nos.
Que podemos fazer? Não há jeito de conservá-Lo connosco mais tempo!
Como era um escândalo para os judeus, é para nós uma loucura.
A sentença já foi aliás lavrada, em grego, hebraico e latim.
Nada mais falta, irmãos!
E vemos a multidão a gritar, enquanto o juiz lava as mãos.

Segunda Estação: Jesus com a cruz às costas


Entregam-Lhe de novo as roupas, e a cruz é-Lhe apresentada.
“Salve (exclama ele), ó Cruz, há tanto tempo desejada!”
E tu, cristão, contempla e estremece!
Ah! Que instante solene esse em que o Cristo aceita pela primeira vez a cruz de sempre!
Ó consumação, nesse dia, da árvore do Paraíso!
Olha, pecador, o teu pecado. Vê o que foi preciso.
Não há mais crime sem um Deus em cima, não há mais uma cruz sem o Cristo!
A desgraça do homem é sem dúvida grande. Mas que importância tem isto?
Deus está agora em cima, e não veio explicar, mas sofrer.
Jesus recebe a Sua Cruz como nós a Eucaristia:
“Nós damos-Lhe madeira em vez de pão”, dissera o profeta Jeremias.
Ah, como a cruz é longa, como ela é enorme e difícil!
Como é dura, como é rígida! Como é pesado o peso do pecador!
Como é custoso levá-la, passo a passo, até morrer-lhe em cima.
E sois Vós que ides levar tudo isso sozinho, ó meu doce Senhor?
Tornai paciente para com a Sua cruz Aquele que a toma e vos segue.
Pois é preciso carregarmos a cruz antes que a cruz nos carregue.

Terceira Estação: Jesus cai pela primeira vez


Para o Calvário, vítima e carrascos ao mesmo tempo. Atenção!
O Deus, que puxam pelo pescoço, de repente vacila e cai no chão.
Que dizeis vós, Senhor, dessa primeira queda?
Agora que a conheceis, que pensais Vós desse minuto em que se tomba,
e no qual o fardo, mal carregado, nos esmaga?
Como achais essa terra que fizestes e que agora Vos traga?
Ah! Não é somente o caminho do bem que é penoso.
O do mal é mais pérfido ainda, é mais vertiginoso!
Não se pode ir andando simplesmente,
mas é preciso aprender a lição de cada pedra que fere.
E o pé resvala muitas vezes, ainda que o coração persevere.
Ó Senhor, por esses joelhos sagrados,
esses dois joelhos que de repente vos faltaram,
Pelo ar que vos faltou de súbito no começo da estrada,
Pela cilada em que caístes, pela terra de que sentistes a dureza,
Salvai-nos da primeira queda, em que se cai por surpresa!

 Quarta Estação: Jesus encontra-se com sua Mãe


Lembrai-vos, ó mães, do primeiro e único Filho que vistes morrer um dia,
E da noite, a última, passada ao lado do pequeno ser que gemia.
O termômetro, o gelo, a água que lhe tentávamos dar,
E a morte que chega pouco a pouco e não se pode mais ocultar…
Calçai-lhe os pobres sapatinhos, mudai-lhe a faixa e a roupinha.
Alguém vem buscá-lo para a terra, ao meu encontro caminha.
Adeus, meu querido filho, ó carne da carne minha!
A quarta estação é Maria, que aceitou tudo isto.
No canto da rua ela espera (ei-Lo que chega!) a passagem do Cristo.
Seus olhos não têm mais pranto, a boca não tem mais saliva.
Não diz uma palavra sequer, cala e contempla, – a grande contemplativa.
Aceita. Aceita ainda uma vez.
O grito é severamente reprimido no coração forte e estrito.
Não diz uma palavra sequer, mas considera o Senhor:
A Mãe contempla o seu Filho; a Igreja, seu Redentor.
Sua alma voa violentamente para Ele como o grito do soldado que morre.
Permanece de pé diante de Deus, dá-lhe sua alma a ler:
Não há nada ali que se recuse, nada que procure esconder.
Nenhuma fibra do coração traspassado que não seja aceitação e amargura.
E já que Deus está ali presente, como não estaria a criatura?
Ela aceita e considera o Filho que concebeu no seu seio,
E que não ousa mais dizer-lhe como outrora: “Mulher, a minha hora ainda não veio”.

Quinta Estação: Simão Cireneu ajuda Jesus a carregar a cruz


Chega o momento em que não se pode mais ir adiante, não se pode mais caminhar.
É aí que vamos ser encaixados no drama, onde ides deixar
Que nos empreguem, mesmo à força, no transporte sagrado,
Tal Simão Cireneu, de repente, ao madeiro atrelado.
Ele agarra solidamente a trave e caminha atrás de Jesus,
Para que nada arraste no chão, nada se perca da Cruz.

Sexta Estação: Verônica enxuga o rosto de Jesus


Todos os discípulos fugiram. Pedro negou-O. Mas no mais forte,
No mais espesso do insulto, no centro mesmo da morte,
a mulher avança, toma o rosto de Jesus
entre as mãos e enxuga-o no seu pano.
Ensina-nos, ó Verônica, a vencer o respeito humano,
Porque aquele para quem Jesus Cristo
não é apenas uma face pintada, mas uma face verdadeira,
Torna-se logo suspeito e desagradável, para a humanidade inteira.
Seu plano de vida é outro, seu motivo é diferente:
Há sempre nele algo que escapa, alguma coisa de ausente.
Um homem feito que reza o terço e vai tranquilamente à confissão,
que é visto na missa entre as mulheres e jamais esquece a oração,
Isso faz rir, isso choca, isso é engraçado.
Mas também irritante.
Tome cuidado com o que faz: o mundo está vigilante.
Tome cuidado com o que faz: é para todos um sinal.
Pois cada cristão é imagem do seu Cristo, indigna mas real.
E a face que ele mostra é um reflexo vacilante
Dessa face de Deus no seu peito, abominável e triunfante!
Deixa-nos, Verônica, contemplar ainda uma vez
A face do vinhateiro no dia da embriaguez,
Que tu foste colher, da turba entre os esbarros,
Feita do seu sangue, do seu pranto, e dos nossos escarros!

Sétima Estação: Jesus cai pela segunda vez


Não é mais a pedra sob o pé.
Nem parece que seja a corda bruscamente puxada.
É a alma que de repente desfalece.
Ó meio de nossa vida! Ó queda em que caímos sem surpresa,
Quando o ímã já não tem pólo e a fé não tem mais firmeza!
A estrada é longa demais, muito distante o termo,
Ninguém que nos console nesse terrível ermo!
Ó lentidão do tempo! Desgosto que cresce, invencível,
Por esse companheiro de pau atado a nós por um decreto inflexível!
Por isso é que a gente abre os dois braços ao mesmo tempo, como alguém que nadasse:
Não é mais sobre os joelhos que se tomba,
mas sobre a própria face.
É o corpo que cai, sem dúvida, mas a alma já havia consentido.
Salvai-nos da segunda queda, o pecado voluntário,
só pelo tédio cometido.

Oitava Estação: Jesus consola as filhas de Jerusalém


Antes de subir uma última vez a montanha,
Jesus levanta o dedo e volta-se para a multidão que O acompanha,
Algumas mulheres em pranto, com seus filhinhos no seio.
Mas não fiquemos apenas a olhar, escutemos Jesus, que está no meio.
Não é apenas o homem que levanta o dedo no centro da pobre gravura:
É Deus que para nossa salvação não sofreu somente em pintura.
Será possível que esse homem seja o Deus Todo-Poderoso?
Terá mesmo Deus sofrido por nós esse sofrimento horroroso?
Qual não terá sido, então, o perigo de que fomos resgatados por tal preço?
Será a salvação do homem um negócio simples e banal,
Quando, para realizá-la, deve o Filho arrancar-se ao seio do Pai celestial?
Se o Paraíso é assim tratado, como não será tratado o inferno?
Que se fará com o lenho seco, se assim se faz com o eterno?

Nona Estação: Jesus cai pela terceira vez


“Ainda uma vez caí, mas, dessa vez, é o fim.
Mesmo que eu quisesse levantar-me, não estaria mais em mim.
Porque espremeram-me como as uvas,
e o homem que tenho nas costas é pesado demais.
Pequei, e o homem morto, que eu carrego, pesa muito!
Morramos, pois, porque é mais fácil estar de bruços que de pé.
Mais fácil morrer que viver, e debaixo da cruz que em cima dela.”
Salvai-nos do terceiro pecado, o desespero,
o pecado contra a esperança!
Nada está perdido ainda enquanto resta a morte a beber!
Já estou farto dessa cruz, mas falta-me ainda a lança!
Jesus cai uma terceira vez, mas já no cimo do Calvário.

Décima Estação: Jesus é despido das vestes


Eis a eira em que o grão de trigo celeste é debulhado.
O Pai está nu, o véu do Tabernáculo foi arrancado.
Puseram a mão em Deus, a Carne da Carne vibra,
O Universo, em sua fonte atingido, freme, fibra por fibra.
Quanto a nós, já que lhe tomaram a túnica sem costura,
Ergamos os olhos e ousemos contemplar essa nudez tão pura!
Arrancaram-vos tudo, Senhor, não vos deixaram nada!
Como se arranca ao monge a cogula, o véu à virgem consagrada,
Arrancaram-vos, a vós, essa veste, à vossa carne colada.
Ele não tem mais defesa, ei-lo nu como um verme:
A todos foi entregue, descoberto e inerme.
O quê? Esse é o vosso Jesus? Vejam só que figura!
É um caso de polícia, é um caso de loucura.
Tauri pingues obsederunt me. Libera me, Domine, de ore canis.
Ele não é o Cristo. Não é o Filho do Homem. Não é Deus.
Seu Evangelho é mentiroso, seu Pai não está nos céus.
É um louco, um impostor. Que ele fale! Mas não assim, ora veja…
O criado de Anás esbofeteia-O, enquanto Renan beija-O.
Tomaram-vos tudo, Senhor. Mas resta o sangue derramado.
Tomaram-vos tudo, tudo. Mas resta a chaga do lado.
Deus está escondido. Eis o Homem, o Homem das dores agora.
O que eu tenho diante de mim é o meu irmão que chora!
Por vossa humilhação, Senhor, por vossa vergonha divina,
Tende piedade dos vencidos, do fraco que o forte elimina!
Pelo horror dessa última veste que vos é, com a carne, arrancada,
Tende piedade, Senhor, da multidão dilacerada!
Da criança três vezes operada que deixa o médico pensativo,
Do pobre ferido a quem renovam cada manhã o curativo,
Do esposo humilhado, do filho que vê morrer a mãe sem poder dar um jeito,
E desse terrível, impossível amor, que é preciso arrancar do peito!

Décima Primeira Estação: Jesus é pregado à cruz


Deus não está mais connosco. Está no chão.
A turba agarra-O pela garganta como a um cão.
Não sois o Deus-connosco, o Verbo carne feito?
Eis o joelho que se dobra, mas sobre o vosso peito…
A mão que o carrasco torce é a mão do Omnipotente.
Amarram o Cordeiro pelos pés, fixam na cruz o Omnipresente.
Marcam-lhe a giz na madeira o comprimento e a largura.
Quando provar dos nossos cravos, iremos ver-lhe a figura!
Filho do Eterno, cujo único limite é vossa própria Infinidade,
Eis o lugar que desejastes entre nós, – um pouco estreito, é verdade!
Eis Elias que se deita sobre o morto em toda a sua extensão,
Eis o trono de Davi, a glória de Salomão.
Eis o leito do nosso amor convosco, duro e estranho:
Como é difícil para um Deus fazer-se do nosso tamanho!
O corpo, esticado na madeira como a tela,
Ou o odre cheio demais, se rompe e se revela.
Eis a palavra de Davi no vosso lábio, ei-la nos nossos:
“Furaram minhas mãos e meus pés.
Contaram todos os meus ossos”.
Estais preso, Senhor, não podeis mais escapar.
Estais pregado na cruz, a cruz pregada no altar.
Não tenho nada mais a procurar no céu com os hereges – ó cegos!
Basta-me esse Deus que pende de quatro pregos.

Décima Segunda Estação: Jesus morre na cruz

Ele sofria ainda há pouco, é verdade, mas vai morrer nesse instante.
A grande cruz oscila na noite ao sopro do Deus arquejante.
Tudo está ali. Basta deixar agir o Instrumento,
Que da junção da dupla natureza,
Da fonte do corpo, da alma e da hipóstase faz correr toda a possibilidade de sofrer.
Como Adão no Paraíso antes da criação da mulher, está sozinho.
Por três horas está só, e saboreia o Vinho,
A ignorância invencível do homem, e aquele amor de louco…
Está entorpecido o nosso hóspede, sua fronte se inclina pouco a pouco.
Não vê mais a Mãe, o Pai parece abandoná-lo.
Saboreia o cálice da morte sem pausa e sem intervalo.
Não lhe basta o vinagre misturado à água; vede:
Ele se ergue de repente, firmando-se nos pés, e grita: “Tenho sede!”
Tendes sede, Senhor? E é a mim que lançais esse brado?
Precisareis, acaso, que eu cometa mais um pecado?
Serei eu que te falto ainda, antes que tudo seja consumado?

Décima Terceira Estação: Jesus é descido da cruz


Aqui termina a Paixão, mas a Compaixão prossegue.
Cristo não está mais na cruz, foi entregue à sua Mãe :
Ela aceita-O consumado como O aceitara prometido.
No seio materno o que sofreu aos olhos de todos está de novo escondido.
A Igreja, entre os seus braços, toma posse para sempre do seu amado.
O que é de Deus, o que é da Mãe e aquilo que o homem fez,
Coloca tudo sob o seu manto, para sempre, de uma só vez.
Ela recebe-O, ela vê-O, ela toca-O; ela reza, ela chora, ela admira;
Ela é o sudário e o unguento; a sepultura e a mirra.
Ela é o padre e o altar; o cálice e o cenáculo.
Termina aqui a cruz. Começa o Tabernáculo.

Décima Quarta Estação: Jesus é colocado no sepulcro


O sepulcro onde o Cristo que morreu tendo sofrido é colocado,
O buraco, para que Ele durma a sua noite, às pressas destapado,
Não é apenas esse túmulo novo que José de Arimatéia ofereceu:
Esse sepulcro é minha carne e meu corpo; esse sepulcro sou eu!
Esse sepulcro é o homem, vossa criatura, mais profundo que a terra!
Agora que tendes as mãos furadas e o coração aberto,
Não há mais cruz em nós em que o vosso corpo não dê certo,
Não há mais pecado em nós sem chaga que corresponda!
Vinde, pois, do altar em que estais escondido, até nós, ó Salvador do mundo!
Como é aberta a vossa criatura, como o seu coração é profundo.

(tradução de Dom Marcos Barbosa, OSB)