segunda-feira, 24 de setembro de 2018

O silêncio que fala...

«Um dia, Teófilo, bispo de Alexandria, foi a um mosteiro do deserto. Os monges celebraram-no e todos tiveram algo a dizer-lhe. Somente o Abbá Pambone ficou em silêncio. Então os irmãos disseram-lhe: "Vem, diz alguma coisa ao nosso pastor para que a sua alma possa apreciá-la!". Pambone respondeu: "Se o meu silêncio não lhe diz nada, nem mesmo as palavras podem ajudá-lo".»
Sobre o ficar calado há dois provérbios opostos. Um afirma que «quem cala consente» e o outro declara que «quem cala não diz nada». Ambos contêm uma alma de verdade porque o silêncio é pela sua natureza ambíguo: muitas vezes é apenas taciturnidade indiferente ou desprovido de pensamentos, inércia mental e moral.
No entanto, também sabemos que há silêncios que são mais eloquentes do de uma palavra gritada. É isto que se quer sublinhar num dos muitos apólogos (de variadas recolhas) dos chamados "Padres do deserto" egípcios. Para colher a mensagem de um homem autenticamente silencioso, para intuir a sua censura, é preciso ser-se capaz de silêncio.
Aquele bispo deixava-se seduzir pelas aclamações dos monges, pelas suas palavras corteses e talvez pelas adulações. Abbá (ou seja, "pai" e mestre) Pambone não se junta ao coro e imediatamente – querendo ou não querendo – aquele silêncio torna-se mais forte do que o falatório.
Há, portanto, que aprender também o verdadeiro calar, longe de ser fácil quando se quer fazer notar pelos outros, especialmente os poderosos de plantão. O salmista faz este propósito: «Vigiarei sobre a minha conduta para não pecar com a minha língua; colocarei um freio na minha boca!» (39, 2). Um exercício importante mas difícil, porque «os homens – dizia o filósofo Espinoza – não governam nada com maior dificuldade do que a língua».

P. (Card.) Gianfranco Ravasi in "Avvenire"
Tradução do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura 
 

sábado, 22 de setembro de 2018

“Que fazes da tua vida?”

Senhor, deste-me duas mãos, uma cabeça, um coração.
Plantaste-me neste século, neste país, nesta cidade.
Mil circunstâncias diversas determinam o cenário da minha vida 
desde os genes recebidos dos meus pais até à brisa demasiado fria desta manhã.
E eu pretendo às vezes ser só o joguete da fatalidade.
Mas eis que Tu me perguntas: - “Que fizeste da tua vida?”
Que fiz eu dos talentos recebidos?
Tenho que agarrar a vida ou fugir dela, de a suportar ou de assumir.
Ajuda-me a tornar-me um servidor verdadeiro, um servidor bom e fiel. Ámen.

(André Beauchamp) 

 

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Invoca Deus, sorri... e recomeça!

«Não desistas nunca,  
nem quando o cansaço se fizer sentir,
nem quando os teus pés tropeçarem,
nem quando os teus esforços forem ignorados,
nem quando o erro te abater,
nem quando a traição te ferir,
nem quando a fadiga te prostrar,
nem quando o sucesso te abandonar,
nem quando tudo tiver o aspeto do nada,
nem quando a fragilidade te esmagar.
Invoca Deus, sorri ...
E recomeça!»

                                           S. Leão Magno

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Impressão das chagas de São Francisco de Assis

No ano de 1224, São Francisco de Assis resolveu passar a Quaresma em solidão e no jejum, afastado de todos os cuidados doo governo da sua Ordem. Escolheu um lugar solitário, o monte Alverne, onde tinha um pequeno convento, acompanhado apenas do irmão Frei Leão.
Uma manhã, pela Festa da Exaltação da Santa Cruz, estando em oração, quis Deus conceder-lhe uma graça muito singular: a impressão das chagas que foram abertas no Corpo de Jesus Cristo quando O pregaram na cruz depois de crucificado. Os pés, as mãos e o peito de São Francisco ficaram abertos e escorrendo sangue como se lhe tivessem sido cravados com pregos e perfurado com uma lança.
Ficou muito aflito o santo, vendo que lhe seria impossível esconder tão visível manifestação da amizade de Deus, mas tranquilizaram-no os frades seus irmãos, que de facto tiveram logo conhecimento, dizendo-lhe que os benefícios que Deus lhe concedia não deviam ser só para ele, mas também para os outros. Ocultava o santo os seus estigmas o mais que podia, mas o próprio Deus manifestou a realidade deles por vários milagres.
Para recordar tão grande favor instituiu a Igreja a Festa da Impressão das Chagas de São Francisco no dia 17 de Setembro de cada ano.

(Festas e vida dos Santos – P. J. Lourenço O.P.)


Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne,
o mundo tem saudades de ti como imagem de Jesus Crucificado.
Tem necessidade do teu coração aberto para Deus e para o homem,
dos teus pés descalços e feridos,
das tuas mãos trespassadas e implorantes.
Tem saudades da tua voz fraca, mas forte pelo Evangelho.
Ajuda, Francisco, os homens de hoje a reconhecerem
o mal do pecado e a procurarem a purificação da penitência.
Ajuda-os a libertarem-se das próprias estruturas de pecado,
que oprimem a sociedade hodierna.
Reaviva na consciência dos governantes a urgência da paz
nas Nações e entre os povos.
Infunde nos jovens o teu vigor de vida, capaz de fazer frente
às insídias das múltiplas culturas da morte.
Aos ofendidos por toda espécie de maldade,
comunica, Francisco, a tua alegria de saber perdoar.
A todos os crucificados pelo sofrimento, pela fome e
pela guerra, reabre as portas da esperança.
Amém.

(São João Paulo II) 

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Que eu não esqueça o essencial: Parar junto de Ti, Senhor!

Eis-me diante de Ti, Senhor,
 na verdade do que sou, na pobreza do que tenho,
no esforço constante de ser o que Tu queres! 

Fica comigo, Senhor,
hoje e sempre
nas horas de exaltação e de dor,
nas horas de luz e de sombra,
em todo o tempo, em cada instante! 

Em Tuas mãos, Senhor, 
entrego o meu amanhã confiante!

Ensina-me, Senhor, a parar para Te escutar
e Te agradecer!... 
Faz que no corre corre da vida eu não esqueça o essencial: 
Parar junto de Ti!

(Irmã Maria Amélia Costa, FHIC)

 

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Protege a nossa vida nos teus braços, ó Mãe!

Bem-aventurada Maria Virgem de Fátima,
com renovada gratidão pela tua presença materna
unimos a nossa voz àquela de todas as gerações
que te chamam bem-aventurada.
Celebramos em ti as grandes obras de Deus,
que jamais se cansa de prostrar-se com misericórdia
sobre a humanidade, afligida pelo mal e ferida pelo pecado,
para curá-la e para salvá-la.
Acolhe com benevolência de Mãe
  o ato de consagração que hoje fazemos
com confiança, diante desta tua imagem tão querida a nós.
Estamos certos de que cada um de nós
é precioso aos teus olhos e que nada é a ti estranho
de tudo aquilo que habita em nossos corações.
Deixamo-nos alcançar pelo teu dulcíssimo olhar
e recebemos o afago consolador do teu sorriso.
Protege a nossa vida nos teus braços:
abençoa e reforça todo desejo de bem;
reaviva e alimenta a fé;
ampara e ilumina a esperança;
suscita e anima a caridade;
guia todos nós no caminho da santidade.
Ensina-nos o teu mesmo amor de predileção
pelos pequenos e pelos pobres,
pelos excluídos e pelos sofredores,
pelos pecadores e pelos dispersos de coração:
reúne a todos sob a tua proteção
e entrega-os ao teu Filho amado, o Senhor nosso, Jesus. Amém.
(Consagração do Mundo a Nossa Senhora de Fátima pelo Papa Francisco -
13 de Outubro de 2013)