Em
que consiste a vocação à santidade?
E como pode ser concretizada?
«A
santidade é o rosto mais belo da Igreja, o rosto mais belo: é
redescobrir-se em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do
seu amor. Compreende-se, então, que a santidade não é uma
prerrogativa apenas de alguns: a santidade é um dom oferecido a
todos, ninguém se exclui», diz-nos o Papa Francisco.
Papa Francisco:
«Para
se ser santo não é preciso ser bispo, padre ou religioso. Não,
todos somos chamados a tornar-nos santos. Muitas vezes somos tentados
a pensar que a santidade é reservada àqueles que têm a
possibilidade de se desligar das tarefas normais para se dedicarem
exclusivamente à oração. Mas não é assim.»
«É
precisamente vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho
cristão nas ocupações de cada dia que somos chamados a tornar-nos
santos. E cada um nas condições e no estado de vida em que se
encontra. És consagrado, és consagrada? Sê santo vivendo com
alegria a tua doação e o teu ministério. És casado? Sê santo
amando e cuidando do teu marido ou da tua mulher, como Cristo fez com
a Igreja. És um batizado não casado? Sê santo cumprindo com
honestidade e competência o teu trabalho e oferecendo tempo ao
serviço dos irmãos.»
«“Mas,
padre, eu trabalho numa fábrica... Eu trabalho como contabilista,
sempre com os números, mas aí não se pode ser santo...”. Sim,
pode-se! Onde tu trabalhas podes tornar-te santo. Deus dá-te a graça
de te tornares santo.»
«És
pai ou avô? Sê santo ensinando com paixão aos filhos ou aos netos
a conhecer e a seguir Jesus. E isto exige tanta paciência, para ser
um bom pai, um bom avô, uma boa mãe, uma boa avó, exige-se tanta
paciência, e nesta paciência acontece a santidade: exercitando a
paciência.»
«És
catequista, educador ou voluntário?» Sê santo tornando-te sinal
visível do amor de Deus e da sua presença junto a nós. Cada estado
de vida leva à santidade, sempre. Na tua casa, na estrada, no
trabalho, na Igreja, nesse momento e com o estado de vida que tu tens
está aberto o caminho para a santidade.»
«Não
te desencorajes de percorrer este caminho. É o próprio Deus que te
dá a graça. E isto é a única coisa que pede o Senhor, é que nós
estejamos em comunhão com Ele e ao serviço dos irmãos.»
«Cada
um de nós pode fazer um exame de consciência (...): como
respondemos até agora ao chamamento do Senhor à santidade? Tenho a
vontade de me tornar um pouco melhor, de ser mais cristão, mais
cristã? Esta é a estrada da santidade.»
«Quando
o Senhor nos convida a tornarmo-nos santos, não nos chama a algo de
pesado, de triste... Pelo contrário! É o convite a partilhar a sua
alegria, a viver e a oferecer com alegria cada momento da nossa vida,
tornando-a ao mesmo tempo um dom de amor para as pessoas que estão
junto a nós. Se compreendemos isto, tudo muda e adquire um
significado novo, um significado belo, um significado a começar
pelas pequenas coisas de cada dia.»
«Uma
senhora vai ao mercado para fazer as compras e encontra uma vizinha,
e começam a falar, e depois vêm os mexericos, e esta senhora diz:
“Não, não, não, não posso dizer mal de ninguém.” Esse é um
passo para a santidade, ajuda-te a tornar-te mais santo. Depois, em
tua casa, o teu filho pede-te para falar um pouco das suas fantasias:
“Oh, estou tão cansado, trabalhei muito hoje...”; “mas tu
adapta-te e ouve o teu filho, que precisa”. E tu ajustas-te,
ouve-lo com paciência... Este é um passo para a santidade.»
«Depois
acaba o dia, estamos todos cansados, mas a oração... Façamos a
oração. Esse é um passo para a santidade. Depois chega o domingo e
vamos à missa comungar, às vezes uma bela confissão que nos limpe
um pouco. Este é um passo para a santidade. Depois, a Virgem, tão
boa, tão bela, pego no terço e rezo-lhe. Este é um passo para a
santidade. E muitos pequeninos passos para a santidade.»
«Depois
vou pela estrada, vejo um pobre, um necessitado, paro, pergunto,
dou-lhe alguma coisa, é um passo para a santidade. Pequenas coisas,
são pequenos passos para a santidade. Cada passo para a santidade
tornar-nos-á pessoas melhores, livres do egoísmo e do fechamento em
si próprio, e abertas aos irmãos e às suas necessidades.»
«Acolhamos
com alegria [o convite à santidade] e apoiemo-nos uns aos outros,
porque o caminho para a santidade não se percorre sozinho, cada um
por sua conta, mas percorre-se em conjunto, naquele único corpo que
é a Igreja, amada e tornada santa pelo Senhor Jesus Cristo. Andemos
para a frente com coragem, nesta estrada da santidade.»
(com base no texto de Rui
Jorge Martins - publicado no site do
Secretariado Nacional da Cultura)
Sem comentários:
Enviar um comentário