sexta-feira, 28 de abril de 2017

Obrigado Maria, Senhora do Rosário de Fátima!

Maria, minha Mãe! Senhora do Rosário de Fátima!
Hoje ouço o Hino do Centenário das tuas Aparições em Fátima!
Obrigado, Mãe, por teres vindo até nós... e através de três crianças manifestado o desejo de Deus de continuar a guiar-nos.
Obrigado pela tua mensagem… obrigado pelo apelo à conversão, à mudança de vida... pelo desejo de guiar-nos até Jesus.
Obrigado, Mãe, por seres o caminho até Jesus… caminho de bondade, de paz e de vida em plenitude.
Obrigado, Maria, por sempre escutares os meus desabafos e no teu regaço encontrar a força e a luz para o dia-a-dia…
Que ao longo deste ano e sempre, a vida dos três pastorinhos me incentive a aproximar-me cada dia mais de Deus, dos Seus critérios de Amor... da Sua vida.
Que eu nunca me afaste de ti, ó Mãe!… que eu nunca me esqueça que por ti chego até Jesus mais plenamente.
Guia-me sempre nos caminhos de eternidade.
Fica comigo, Maria! Ensina-me e inspira-me os caminhos do teu Filho Jesus!
Obrigado, Mãe, Senhora do Rosário de Fátima, pela tua presença em mim e em todos aqueles que encontro no meu caminho. Ámen.





terça-feira, 25 de abril de 2017

Obrigado, Senhor!

Meu Senhor!
Mais um dia termina… tanta coisa fiz e tão pouco me lembrei de Ti…
Obrigado por estares presente em todos os momentos do meu dia… através de quem encontrei no meu caminho: os meus familiares, os meus amigos e os meus colegas de trabalho.
Obrigado por nunca desistires de me acompanhar e por tantas vezes me sussurrares ao ouvido e ao coração: - Coragem, Eu estou contigo! Não desistas!
Obrigado, Senhor, por tudo o que me dás: a vida, em primeiro lugar, e todo aquilo que ela contém… todos os seus sinais… as suas alegrias e até as suas tristezas…
Peço-Te hoje, Senhor, fica comigo nesta noite… ajuda-me a encontrar a serenidade para repousar do trabalho deste dia.
Obrigado por tudo… Fica ao meu lado, pois eu sei que Contigo serei verdadeiramente feliz! Ámen!



sábado, 22 de abril de 2017

«Nada receeis!»

«Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes:
"A paz esteja convosco"»
(Lc. 24, 35-36)

Temos, mais do que nunca, necessidade de ouvir estas palavras de Cristo ressuscitado: «Nada receeis!» (Mt 28,10). É uma necessidade para o homem dos nossos dias […], que não cessa de ter medo no seu foro íntimo, e tem razões para isso […]. Como é uma necessidade para todos os povos e para as nações do mundo inteiro. É preciso que, na consciência de cada ser humano, se reforce a certeza de que existe Alguém que tem nas mãos o destino deste mundo que passa, Alguém que detém as chaves da morte e do inferno (Ap, 1,18), Alguém que é o Alfa e o Ómega da história do homem (Ap 22,13), quer da individual, quer da coletiva; e, sobretudo, a certeza de que este Alguém é Amor, o Amor encarnado, o Amor crucificado e ressuscitado, o Amor incessantemente presente no meio dos homens! Ele é o Amor eucarístico. Ele é uma fonte inesgotável de comunhão. Ele é o único em quem podemos acreditar sem a menor reserva quando nos pede: «Nada receeis». 

São João Paulo II (1920-2005), Papa 


 

sábado, 8 de abril de 2017

Caminhar com Jesus em Via-Sacra!

1ª Estação: JESUS É CONDENADO À MORTE



Pilatos sabe bem que Jesus é inocente, mas hipocritamente esquiva-se quando os judeus pedem a Sua crucificação.
Jesus olha sofrido para o povo que O condena, para Pilatos e para toda a humanidade.
Jesus olha para mim e pede-me que acolha todos aqueles que no sofrimento se transformam em Sua imagem.
Como é que olhamos o nosso irmão que sofre e que precisa da nossa ajuda?
Fazemos como Pilatos e lavamos as mãos, deixando-os entregues à solidão? Ou dispomo-nos a acolher e ajudar o que sofre com uma palavra de conforto, de ajuda e de confiança?

Senhor Jesus nós Te pedimos que nos ajudes a estar atentos a todos aqueles que sofrem sozinhos e que a nossa atitude não seja a de lavar as mãos como Pilatos, mas fundamentalmente a de amar sem limites aqueles que mais precisam de Ti.

2ª Estação: JESUS CARREGA COM A CRUZ


Após a condenação, Jesus saiu carregando a Sua cruz em direcção ao Calvário.
Quem não tem a sua cruz em direcção ao calvário da vida? Doença, desgosto, solidão, ingratidão, abandono... são tantos... os nomes da cruz!
Jesus levou a cruz em direcção ao calvário para nos resgatar. Há tanta gente que leva uma cruz, por vezes bem pesada, sem rumo e sem sentido!
Aceitamos ou recusamos a nossa cruz? Como encaramos o sofrimento? Como um fardo pesado que Deus me coloca  aos ombros ou como caminho de descoberta do verdadeiro amor de Deus na nossa vida?

Senhor, pedimos-Te por aqueles que têm uma cruz mais pesada: uma doença incurável, uma pessoa inválida para tratar durante anos e anos, um filho incorrigível, uma marido ou esposa alheios às responsabilidades familiares...
Pedimos-Te por aqueles que não têm cruz nenhuma e levam a cruz duma vida inútil e vazia. Por aqueles que procuram uma cruz diferente e com isso aumentam o peso da sua, pela ansiedade de nunca se verem livres nem identificados com ela. Aqueles que arrastam a que têm, com uma sensação de fatalismo e derrota.
Senhor, lembra-lhes que não houve santo que não tivesse a sua cruz, nem cruz que não desse um santo! Por isso, dá-lhes o desejo de santidade. 

3ª Estação: JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ



Caído por terra, Jesus procurava levantar-se. Um soldado sustenta a cruz para O ajudar. Ao redor todos se riem d´Ele. Jesus não caiu por sua culpa. Caiu de fadiga, Ele tinha aceitado a condição humana. Quis conhecer a fadiga, a fadiga do corpo.
Como é que nós aceitamos as nossas quedas? Como ajudamos os outros, os que mais sofrem, a levantar-se das suas quedas quando perante a dor desanimam e se sentem sós? Será que somos indeferentes ao amor de Deus que nos quer ajudar a recomeçar o caminho?

Senhor, perdoa as minhas fraquezas, os meus pecados.
Ensina-me, Jesus, a perseverar, a continuar o meu caminho, com humildade, para  o levar até ao fim. Ajuda-me a estar atento aos que desanimam e caem na tristeza e na angústia perante as dificuldades. Que eu, com a Tua força possa auxiliar aqueles que precisam de Ti, para continuar o seu caminho.

4ª Estação: JESUS ENCONTRA-SE COM MARIA, SUA MÃE



“Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede de há dor semelhante à minha”.
As mãos de Cristo estenderam-se como um apelo, as mãos da Virgem estenderam-se como um acolhimento! A Virgem está lá, no caminho do Seu Filho. Aceitar a salvação, Deus na nossa vida, é também aceitar Maria no nosso caminho. Jesus dá-nos Maria para nos ajudar.
Como acolho os meus irmãos? Como aceito Deus no meu caminho?

Senhor, Tu que continuas a encontrar-Te connosco em todo aquele que está condenado a levar a cruz da pobreza, da fome, da doença, do pecado, dos próprios problemas e complexos, ajuda-nos, com Maria a aceitar e acolher os que passam por nós, na vida.

5ª Estação: SIMÃO DE CIRENE AJUDA JESUS A LEVAR A CRUZ



Que bela missão a de Simão de Cirene. Talvez não conhecesse O Condenado, talvez tivesse relutância em ajudá-Lo, mas foi seu companheiro, apesar de estrangeiro...
Levar a cruz dos outros, ajudar a que seja menos pesada, ser amparo os outros que têm uma cruz difícil, é vocação de todos nós.
Há muitos homens e mulheres que têm uma cruz muito pesada: os doentes, os esfomeados, os drogados, e tantos outros que precisam de cireneus.
Será que me disponho a ajudar o outro que mais sofre quando esse precisa de uma força para continuar o seu caminho? Ou será que passo ao lado e me torno um mero espectador que até tem pena mas que nada faz para ajudar o que mais precisa?

Senhor Jesus, sobre os ombros do cireneu a vossa cruz; e sobre os vossos ombros agora livres, as cruzes de todos os homens de ontem, de hoje e de sempre.
Senhor, Vós em nós e nós em Vós; na vossa cruz a nossa cruz!
Ajudai-nos, Senhor, a encontrar a Vossa Paz! 

6ª Estação: VERÓNICA LIMPA O ROSTO DE JESUS



Cristo levando a sua cruz, olhou para Verónica. Verónica, de joelhos, estendeu o pano com que tinha enxugado o rosto de Jesus. E esse rosto ficou impresso naquele pano. Verónica, a mulher de quem não se sabe nada, exepto que enxugou o rosto de Jesus. Ela não teve medo. O rosto de Jesus não lhe meteu medo. Pelo contrário: atraiu o seu amor. Esse rosto não parecia já um rosto humano; mas... contudo esse rosto é a imagem do Deus invisível.
Verónica veio espontaneamente ao encontro de Jesus. Olhou-O com amor... Compadeceu-se;
Muitas vezes não somos generosos, porque não olhamos longamente, porque evitamos olhar o rosto de Cristo, defigurado em tantos irmãos que sofrem. Jesus dá-se a reconhecer naqueles que sofrem, porque não queremos reconhecer nesses, o rosto de Cristo?

Senhor, hoje Te pedimos por todas as mulheres anónimas que ao longo da Tua vida Te socorreram e as que hoje e em todos os tempos, trouxeram a Tua imgem gravada na sua vida.
Muitas há, que se preocupam mais com limpar o pó das Tuas imagens ou pagar para que seja encarnadas novamente.
Temo-las em todas as comunidades cristãs. Também na nossa. Mas também temos muitas outras  que se preocupam com os seus irmãos que sofrem na carne ou no espírito: as enferemeiras desta Comunidade que se oferecem para fazer curativos e dar injecções aos doentes pobres; as visitadoras dos doentes, dos pobres nos lares, nas casas de assistência ou no domicílio; as mulheres que aguentam, pacientemente, uma vida inteira ao lado de um familiar doente ou inválido, porque nele vêem a Tua imagem viva.
Para todas estas, Senhor, pedimos ajuda. Por todas elas, pelo dom que elas são na nossa comunidade, obrigado Senhor.

7ª Estação: JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ



Diante de Jesus esmagado pelo madeiro da cruz, lembremo-nos do que Ele tinha dito aos apóstolos: - “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz.”
Quem crê ainda em Jesus no pequeno grupo de amigos que O seguiram entre as injúrias da multidão?
Podiam eles ainda conservar, no fundo coração, esta paz que lhes tinha prometido? Mas não é nos piores momentos da nossa vida, quando estamos em sofrimento e vemos os irmãos a sofrer, que precisamos de pedir a Sua Paz? Como vivo esta paz que Jesus me pede para assumir diante do outro, de um modo especial, daquele que mais sofre?

Senhor, às vezes revolto-me comigo mesmo, fico triste, humilhado.
Custa aceitar-me tal como sou; queria dizer um não decidido ao pecado!
Mas esqueço-me que isso só é possível com a Tua ajuda.
Ás vezes, como o Cireneu, esqueço-me que sou apenas Teu auxiliar, mas eras Tu quem deveria levar a cruz!
Não me preocupo Contigo, não procuro acertar o meu passo com o Teu, não vejo que estou a correr demais para as minhas forças.
E fico triste, perco a paz interior!
Ajuda-me, Senhor, a encarar a vida como ela é: um caminho de amor que queres fazer com cada um de nós. Que todos aqueles que se encontram connosco, sintam encontrar-se Contigo e consigam a coragem necessária para caminhar rumo ao Teu Amor!

8ª Estação: AS MULHERES DE JERUSALÉM CHORAM POR JESUS



Há alguém, este grupo de mulheres, que parece ter consciência da injusta condenação de Jesus e quer fazer-lhe companhia, chorar por Ele, lamentar-se. Corações bons e generosos, corações amigos e compadecidos. Precisamos deles, hoje, perante a dor de tantos “cristos” que sofrem, perante tanto condenado injustamente, perante tanta gente que não tem consolo, amparo, carinho e amizade.
Mas aquelas mulheres não devem chorar por Ele, mas antes chorar por elas mesmas e pelos seus filhos. Se Jesus morre é para ser fonte de vida, duma vida nova, pelo poder do amor com que Se dá e se oferece pelos homens. Afinal, Ele não precisa de compaixão. Elas e os seus filhos, sim! Nós, hoje, também.
Mas os ramos secos, sem a seiva da graça e da santidade, precisam de quem reze por eles para que floresçam e se tornem viçosos pela força do perdão e do arrependimento. Jesus é o ramo verde, cheio de santidade e de graça.
Será que reconheço os meus pecados perante a graça e santidade de Deus? Rezo pelos outros e pelas suas dificuldades e angústias?

Senhor Jesus, nosso irmão e nosso amigo;
Tu que choraste sobre Jerusalém, chora sobre nós, chora connosco, lágrimas de arrependimento e de conversão.
Senhor Jesus, pleno de graça e santidade, converte-nos, transforma a nossa secura em amor!
Senhor Jesus, fonte de Vida, faz-nos florir em obras de graça, de justiça e de santidade.


9ª Estação: JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ



Jesus é esmagado pela cruz. Todo o peso dessa cruz cai sobre Ele. “Foi por causa dos nossos pecados que Ele foi triturado. O castigo que nos obtém a paz caiu sobre Ele, diz Isaías. Jesus tomou sobre Si o pecado de todos. Ele solidarizou-se com os pecadores. Foi abatido pelo pecado do mundo.
E nós sabemos aceitar as provas que encontramos ao longo da vida? Ou será que lançamos as culpas sobre os outros quando estamos mais tristes e angustiados? Será que sobrecarrego aos outros ainda mais a sua cruz?

Senhor, hoje não se peca mais do que antes, mas tem-se, talvez, menos pena de pecar.
Queremos, por isso, pedir-Te por aqueles que perderam a consciência do pecado, pelos que se sentem bem no pecado, pelas madalenas de todos os homens, os judas de todas as traições e por tantos outros que sobrecarregam a sua cruz e a cruz dos outros.
Pedimos-Te, principalmente, por aqueles que ainda não chegaram à terceira queda para que, ao chegarem lá, saibam levantar-se como Tu Te ergueste debaixo da cruz e saibam reflectir e chorar como Pedro, desandar por outro caminho e seguir-Te embora de longe....

10ª Estação: JESUS É DESPOJADO DAS SUAS VESTES



Jesus chegou ao lugar onde vai ser crucificado. Os soldados tomaram as suas vestes e repartiram-nas. Lançaram sorte para ver quem ficava com a Sua túnica. Todas as chagas do seu corpo se renovaram, quando lhe arrancaram as vestes.
Nos caminhos da vida, é preciso aprender, saber e querer despojar-se algumas vezes para partilhar. É preciso saber despojar-nos daquilo que se nos cola á pele: as nossas opções infalíveis, tudo aquilo a que nos agarramos.
Cristo Jesus é também a imagem de todos aqueles que são despojados: despojados da honra do trabalho, da dignidade de trabalhadores...
Ele é sinal de todos estes rejeitados e daqueles que privados de saúde, de companhia e outras privações ficam sós e abandonados não encontrando nos outros uma ajuda e um apoio para poder suportar melhor as suas dores e angústias.
Como me despojo diante dos outros? Com tudo aquilo que tenho, os meus egoísmos e as minhas certezas? Ou será que me despojo com amor, ao ponto de perceber que a felicidade só se conquista com a comunhão e a nossa entrega a quem que mais precisa de amor, de uma palavra amiga e de uma presença fraterna?

Senhor, arrancaram-Te a túnica, de uma só peça, talvez feita por Tua Mãe, e sortearam-na como se não tivesse dono!
Queremos, aqui, pedir-Te, responsabilidade e coração para todos os que ainda hoje despojam e roubam os pobres, com menos conhecimentos das suas razões e direitos, com menor capacidade de defesa, com necessidade daqueles que os roubam, tendo, por isso, que ficar quietos e calados. 
Ajuda, Senhor, todos os saneados e desalojados que vivem na nossa Paróquia e todos aqueles que privados de companhia sofrem a solidão.
Que ao longo da nossa vida sejamos capazes de estimar a dignidade de sermos teus membros e templos do teu Espírito Santo.

11ª Estação: JESUS É CRAVADO NA CRUZ



Os soldados cumprem a sua tarefa como de costume. Simão de Cirene parece dizer, desanimado: “fiz o que pude”: Jesus é como um cordeiro levado ao matadouro. Cordeiro de Deus... “Ele humilhou-se mais ainda, obedecendo até à morte e morte de Cruz”, diz-nos São Paulo.
Toda a ternura do Pai revela-se no gesto de Jesus, estendendo os braços e as mãos sobre uma cruz: “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho único a fim de que o mundo seja salvo por Ele”, diz-nos São João.
Hoje ainda, quanta gente cravada numa cruz: os doentes crucificados pela dor física e de solidão, aqueles que são crucificados pelo luto ou pela prova, os que perdem toda a esperança, os que sofrem de subdesenvolvimento, os famintos, os que não sabem ler nem escrever...
Como vivo a minha dor? Com revolta e com vontade de desistir? Ou como um caminho de crescimento e de entrega a uma vida dedicada ao amor? Como aceito a minha cruz?

Senhor, grande ou pequena, aceito a minha cruz porque sei que só nela posso ter a Redenção.
Ajuda-me a não crucificar ninguém. A de não pensar que Tu preferes a cruz e o sofrimento à alegria e ao bem estar dos homens, ajuda a empenhar-me constantemente por despregar da cruz do sofrimento ou da pobreza, aqueles que vivem crucificados à minha volta: no meu prédio, na minha rua, no meu bairro, na minha Comunidade.

12ª Estação: JESUS MORRE NA CRUZ



Em silêncio, olhemos, contemplemos, o nosso Deus que morre por nós. E escutemos, no mais profundo dos nossos corações, as suas últimas palavras: Pai perdoa-lhes! Hoje estarás comigo no paraíso. Filho, eis aí a tua mãe. Mulher, eis aí o Teu Filho. Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Pai nas vossas mãos entrego o meu espírito.
“Ó sim, diz o Centurião, verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. Talvez eu já tenha compreendido. A cruz é o mundo ao contrário. Não eu em primeiro lugar... mas os outros em primeiro lugar.
Como vivo a minha vida? Eu em primeiro lugar ou os outros? Como “morro” todos os dias? Apoiado naquilo que é supérfluo ou no verdadeiro amor que é entrega, perdão e presença activa na vida dos outros?

Senhor, concede o perdão e a felicidade completa a todos aqueles que morreram esta semana, de um modo especial os que foram da nossa Comunidade. Aqueles cujos nomes vieram nos jornais, e os que ficaram no anonimato; os que foram vítimas da estrada e do trabalho, e os que faleceram na paz e na intimidade familiar; os que partiram inesperadamente, e aqueles cuja partida foi uma Via-Sacra longa e dolorosa.
Que, para todos eles, a Tua morte seja redenção e Vida Eterna. Que, para todos nós, a sua morte seja uma lição e um alerta para uma vida mais comprometida Contigo e com os irmãos.
13ª Estação: 
JESUS É DESCIDO DA CRUZ E 
COLOCADO NOS BRAÇOS DE SUA MÃE



Depois de terem descido da cruz o corpo de Jesus, colocaram-no nos braços de Maria, sua Mãe. Ela que O tinha sustentado após o nascimento, voltou a sustentá-Lo após a morte. Era o Seu Filho, mas... que diferença! A que extremo sacrifício tinha levado ela, aquele Sim da Anunciação... Nesse momento, Maria recordou a palavra de Simeão: Este Menino está colocado como sinal de contradição e uma espada de dor atravessará o teu coração.
Maria tal como acolheu Jesus nos braços, acolhe-nos hoje, rezando por nós junto de Seu Filho. Ela continua a olhar por nós, dá-nos a certeza que apesar de todas as dificuldades e problemas, se tivermos Jesus no nosso coração alcançaremos a verdadeira paz e certamente será mais fácil suportar a dor.
Como acolho o exemplo de Maria na minha vida? Estou disposto a suportar as dificuldades com a certeza de que Deus, por Maria, caminha ao meu lado?

Senhor, finalmente desceram-Te da Cruz e puseram-Te no colo da Tua mãe.
Ajuda-nos a perceber que dizer Sim a Deus é o caminho para a verdadeira felicidade, apesar de todas as dores e obstáculos que vão aparecendo na nossa vida!
Que a exemplo de Maria, Tua e nossa Mãe, sejamos capazes de confiar no Teu Amor. E que como Maria saibamos aceitar os outros, aqueles que mais sofrem, com amor e sem ressentimento como a Tua Mãe Te aceitou morto no calvário.

14ª EstaçãoJESUS É SEPULTADO


No fim daquela Sexta-feira Santa, Maria, José de Arimateia, Nicodemos, João e algumas mulheres, ungiram apressadamente o corpo e fizeram um pequeno cortejo para lhe dar sepultura. Ao fim da tarde, o calvário ficou deserto. Os amigos regressaram tristes. Apesar dos sinais extraordinários que tinham observado, aquilo parecia-lhes o fim de um sonho. Os inimigos, esses exultavam: finalmente tinham conseguido calar essa voz incómoda, livrar-se dessa presença importuna.
Ao fim de muitos funerais cristãos, ainda se nota essa sensação de fim. As pessoas dispersam-se como se tudo tivesse acabado. Mas, como nos diz a liturgia, a vida não acaba apenas se transforma... Falta-nos compreender o mistério do grão de trigo lançado à terra, de que nos fala São Paulo, ou a necessidade de atravessar a morte para viver e dar a vida. Se o grão de trigo lançado à terra não morrer, fica só; mas... se morrer, produz fruto abundante.
Como enfrento a morte na minha vida? Como um terminar de tudo ou como o começo para a verdadeira vida em Deus? Como aceito Deus que me chama para Si, para o Seu Amor?

Senhor Jesus que nas horas sombrias em que o luto bate à nossa porta, Tu abras o nosso coração à esperança da ressurreição. Que as lágrimas que derramamos não nos levem ao desespero, mas a uma aproximação de Ti que És verdadeiro consolo.
Que a morte, Senhor, não seja para nós um acontecimento inevitável ou o fim absurdo da vida terrena, mas a aurora duma vida sem fim....

15 ª EstaçãoJESUS RESSUSCITA AO TERCEIRO DIA



Sem a Ressurreição, a Via-sacra não teria sentido porque seria apenas um recordar os passos dolorosos de um homem que morreu e jaz morto na poeira dos séculos.
Mas não. Cristo vive. E assim a Via-sacra tem sentido porque renova a presença amiga de Jesus nos passos de cada homem e de cada mulher do mundo inteiro.
Como testemunho a Ressurreição de Jesus na minha vida? Será que me fico pela Sexta-Feira Santa ou sou capaz de compreender que Jesus passou pela morte mas para chegar à verdadeira vida? Como manifesto a minha alegria de ser cristão perante o outro que sofre e que muitas vezes duvida de Deus na sua vida?

Senhor, anda muito em voga a tese do Deus morto.
Convém que Deus tenha morrido. Estorva menos a certas consciências.
Ajuda-nos a ver que a nossa vida é uma prova real da Tua;
Que em Ti e por Ti existimos;
Que toda a vida à margem da Tua – é morte;
Que quem não recolhe contigo – dispersa;
Que quem quiser poupar a sua vida – perde-se para si e para os outros;
Que é preciso o grão apodrecer na terra para dar muito fruto;
Que a Tua Ressurreição é primícia e garantia da nossa;
Que a Tua Via-Sacra não foi um fracasso, mas um triunfo sobre o pecado e a morte;
Que não somos loucos em seguir-Te, porque Tu o foste primeiro por nós, percorrendo e caminho à nossa frente; E ensina-nos, Senhor, a acolher em nós e levar aos outros os frutos da Tua Morte e da Tua Ressurreição!