Pilatos
sabe bem que Jesus é inocente, mas hipocritamente esquiva-se quando os judeus
pedem a Sua crucificação.
Jesus
olha sofrido para o povo que O condena, para Pilatos e para toda a humanidade.
Jesus
olha para mim e pede-me que acolha todos aqueles que no sofrimento se
transformam em Sua imagem.
Como
é que olhamos o nosso irmão que sofre e que precisa da nossa ajuda?
Fazemos
como Pilatos e lavamos as mãos, deixando-os entregues à solidão? Ou dispomo-nos
a acolher e ajudar o que sofre com uma palavra de conforto, de ajuda e de
confiança?
Senhor
Jesus nós Te pedimos que nos ajudes a estar atentos a todos aqueles que sofrem
sozinhos e que a nossa atitude não seja a de lavar as mãos como Pilatos, mas
fundamentalmente a de amar sem limites aqueles que mais precisam de Ti.
2ª
Estação: JESUS
CARREGA COM A CRUZ
Quem
não tem a sua cruz em direcção ao calvário da vida? Doença, desgosto, solidão,
ingratidão, abandono... são tantos... os nomes da cruz!
Jesus
levou a cruz em direcção ao calvário para nos resgatar. Há tanta gente que leva
uma cruz, por vezes bem pesada, sem rumo e sem sentido!
Aceitamos
ou recusamos a nossa cruz? Como encaramos o sofrimento? Como um fardo pesado
que Deus me coloca aos ombros ou como
caminho de descoberta do verdadeiro amor de Deus na nossa vida?
Senhor,
pedimos-Te por aqueles que têm uma cruz mais pesada: uma doença incurável, uma
pessoa inválida para tratar durante anos e anos, um filho incorrigível, uma
marido ou esposa alheios às responsabilidades familiares...
Pedimos-Te
por aqueles que não têm cruz nenhuma e levam a cruz duma vida inútil e vazia.
Por aqueles que procuram uma cruz diferente e com isso aumentam o peso da sua,
pela ansiedade de nunca se verem livres nem identificados com ela. Aqueles que
arrastam a que têm, com uma sensação de fatalismo e derrota.
Senhor,
lembra-lhes que não houve santo que não tivesse a sua cruz, nem cruz que não
desse um santo! Por isso, dá-lhes o desejo de santidade.
3ª
Estação: JESUS
CAI PELA PRIMEIRA VEZ
Como
é que nós aceitamos as nossas quedas? Como ajudamos os outros, os que mais
sofrem, a levantar-se das suas quedas quando perante a dor desanimam e se
sentem sós? Será que somos indeferentes ao amor de Deus que nos quer ajudar a
recomeçar o caminho?
Senhor,
perdoa as minhas fraquezas, os meus pecados.
Ensina-me,
Jesus, a perseverar, a continuar o meu caminho, com humildade, para o levar até ao fim. Ajuda-me a estar atento
aos que desanimam e caem na tristeza e na angústia perante as dificuldades. Que
eu, com a Tua força possa auxiliar aqueles que precisam de Ti, para continuar o
seu caminho.
“Ó
vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede de há dor semelhante à minha”.
As
mãos de Cristo estenderam-se como um apelo, as mãos da Virgem estenderam-se
como um acolhimento! A Virgem está lá, no caminho do Seu Filho. Aceitar a
salvação, Deus na nossa vida, é também aceitar Maria no nosso caminho. Jesus
dá-nos Maria para nos ajudar.
Como
acolho os meus irmãos? Como aceito Deus no meu caminho?
Senhor,
Tu que continuas a encontrar-Te connosco em todo aquele que está condenado a
levar a cruz da pobreza, da fome, da doença, do pecado, dos próprios problemas
e complexos, ajuda-nos, com Maria a aceitar e acolher os que passam por nós, na
vida.
Que
bela missão a de Simão de Cirene. Talvez não conhecesse O Condenado, talvez
tivesse relutância em ajudá-Lo, mas foi seu companheiro, apesar de
estrangeiro...
Levar
a cruz dos outros, ajudar a que seja menos pesada, ser amparo os outros que têm
uma cruz difícil, é vocação de todos nós.
Há
muitos homens e mulheres que têm uma cruz muito pesada: os doentes, os
esfomeados, os drogados, e tantos outros que precisam de cireneus.
Será
que me disponho a ajudar o outro que mais sofre quando esse precisa de uma
força para continuar o seu caminho? Ou será que passo ao lado e me torno um
mero espectador que até tem pena mas que nada faz para ajudar o que mais
precisa?
Senhor
Jesus, sobre os ombros do cireneu a vossa cruz; e sobre os vossos ombros agora
livres, as cruzes de todos os homens de ontem, de hoje e de sempre.
Senhor,
Vós em nós e nós em Vós; na vossa cruz a nossa cruz!
Ajudai-nos,
Senhor, a encontrar a Vossa Paz!
Cristo
levando a sua cruz, olhou para Verónica. Verónica, de joelhos, estendeu o pano
com que tinha enxugado o rosto de Jesus. E esse rosto ficou impresso naquele
pano. Verónica, a mulher de quem não se sabe nada, exepto que enxugou o rosto
de Jesus. Ela não teve medo. O rosto de Jesus não lhe meteu medo. Pelo
contrário: atraiu o seu amor. Esse rosto não parecia já um rosto humano; mas...
contudo esse rosto é a imagem do Deus invisível.
Verónica
veio espontaneamente ao encontro de Jesus. Olhou-O com amor... Compadeceu-se;
Muitas
vezes não somos generosos, porque não olhamos longamente, porque evitamos olhar
o rosto de Cristo, defigurado em tantos irmãos que sofrem. Jesus dá-se a
reconhecer naqueles que sofrem, porque não queremos reconhecer nesses, o rosto
de Cristo?
Senhor,
hoje Te pedimos por todas as mulheres anónimas que ao longo da Tua vida Te
socorreram e as que hoje e em todos os tempos, trouxeram a Tua imgem gravada na
sua vida.
Muitas
há, que se preocupam mais com limpar o pó das Tuas imagens ou pagar para que
seja encarnadas novamente.
Temo-las
em todas as comunidades cristãs. Também na nossa. Mas também temos muitas
outras que se preocupam com os seus
irmãos que sofrem na carne ou no espírito: as enferemeiras desta Comunidade que
se oferecem para fazer curativos e dar injecções aos doentes pobres; as
visitadoras dos doentes, dos pobres nos lares, nas casas de assistência ou no
domicílio; as mulheres que aguentam, pacientemente, uma vida inteira ao lado de
um familiar doente ou inválido, porque nele vêem a Tua imagem viva.
Para
todas estas, Senhor, pedimos ajuda. Por todas elas, pelo dom que elas são na
nossa comunidade, obrigado Senhor.
Diante
de Jesus esmagado pelo madeiro da cruz, lembremo-nos do que Ele tinha dito aos
apóstolos: - “Deixo-vos
a paz, dou-vos a minha paz.”
Quem
crê ainda em Jesus no pequeno grupo de amigos que O seguiram entre as injúrias
da multidão?
Podiam
eles ainda conservar, no fundo coração, esta paz que lhes tinha prometido? Mas
não é nos piores momentos da nossa vida, quando estamos em sofrimento e vemos
os irmãos a sofrer, que precisamos de pedir a Sua Paz? Como vivo esta paz que
Jesus me pede para assumir diante do outro, de um modo especial, daquele que
mais sofre?
Senhor,
às vezes revolto-me comigo mesmo, fico triste, humilhado.
Custa
aceitar-me tal como sou; queria dizer um não decidido ao pecado!
Mas
esqueço-me que isso só é possível com a Tua ajuda.
Ás
vezes, como o Cireneu, esqueço-me que sou apenas Teu auxiliar, mas eras Tu quem
deveria levar a cruz!
Não
me preocupo Contigo, não procuro acertar o meu passo com o Teu, não vejo que
estou a correr demais para as minhas forças.
E
fico triste, perco a paz interior!
Ajuda-me,
Senhor, a encarar a vida como ela é: um caminho de amor que queres fazer com
cada um de nós. Que todos aqueles que se encontram connosco, sintam
encontrar-se Contigo e consigam a coragem necessária para caminhar rumo ao Teu
Amor!
Há
alguém, este grupo de mulheres, que parece ter consciência da injusta
condenação de Jesus e quer fazer-lhe companhia, chorar por Ele, lamentar-se.
Corações bons e generosos, corações amigos e compadecidos. Precisamos deles,
hoje, perante a dor de tantos “cristos” que sofrem, perante tanto condenado
injustamente, perante tanta gente que não tem consolo, amparo, carinho e
amizade.
Mas
aquelas mulheres não devem chorar por Ele, mas antes chorar por elas mesmas e
pelos seus filhos. Se Jesus morre é para ser fonte de vida, duma vida nova,
pelo poder do amor com que Se dá e se oferece pelos homens. Afinal, Ele não
precisa de compaixão. Elas e os seus filhos, sim! Nós, hoje, também.
Mas
os ramos secos, sem a seiva da graça e da santidade, precisam de quem reze por
eles para que floresçam e se tornem viçosos pela força do perdão e do
arrependimento. Jesus é o ramo verde, cheio de santidade e de graça.
Será
que reconheço os meus pecados perante a graça e santidade de Deus? Rezo pelos
outros e pelas suas dificuldades e angústias?
Senhor
Jesus, nosso irmão e nosso amigo;
Tu
que choraste sobre Jerusalém, chora sobre nós, chora connosco, lágrimas de
arrependimento e de conversão.
Senhor
Jesus, pleno de graça e santidade, converte-nos, transforma a nossa secura em
amor!
Senhor
Jesus, fonte de Vida, faz-nos florir em obras de graça, de justiça e de
santidade.
Jesus
é esmagado pela cruz. Todo o peso dessa cruz cai sobre Ele. “Foi por causa dos
nossos pecados que Ele foi triturado. O castigo que nos obtém a paz caiu sobre
Ele, diz Isaías. Jesus tomou sobre Si o pecado de todos. Ele solidarizou-se com
os pecadores. Foi abatido pelo pecado do mundo.
E
nós sabemos aceitar as provas que encontramos ao longo da vida? Ou será que
lançamos as culpas sobre os outros quando estamos mais tristes e angustiados?
Será que sobrecarrego aos outros ainda mais a sua cruz?
Senhor,
hoje não se peca mais do que antes, mas tem-se, talvez, menos pena de pecar.
Queremos,
por isso, pedir-Te por aqueles que perderam a consciência do pecado, pelos que
se sentem bem no pecado, pelas madalenas de todos os homens, os judas de todas
as traições e por tantos outros que sobrecarregam a sua cruz e a cruz dos
outros.
Pedimos-Te,
principalmente, por aqueles que ainda não chegaram à terceira queda para que,
ao chegarem lá, saibam levantar-se como Tu Te ergueste debaixo da cruz e saibam
reflectir e chorar como Pedro, desandar por outro caminho e seguir-Te embora de
longe....
Jesus
chegou ao lugar onde vai ser crucificado. Os soldados tomaram as suas vestes e
repartiram-nas. Lançaram sorte para ver quem ficava com a Sua túnica. Todas as
chagas do seu corpo se renovaram, quando lhe arrancaram as vestes.
Nos
caminhos da vida, é preciso aprender, saber e querer despojar-se algumas vezes
para partilhar. É preciso saber despojar-nos daquilo que se nos cola á pele: as
nossas opções infalíveis, tudo aquilo a que nos agarramos.
Cristo
Jesus é também a imagem de todos aqueles que são despojados: despojados da
honra do trabalho, da dignidade de trabalhadores...
Ele
é sinal de todos estes rejeitados e daqueles que privados de saúde, de
companhia e outras privações ficam sós e abandonados não encontrando nos outros
uma ajuda e um apoio para poder suportar melhor as suas dores e angústias.
Como
me despojo diante dos outros? Com tudo aquilo que tenho, os meus egoísmos e as
minhas certezas? Ou será que me despojo com amor, ao ponto de perceber que a
felicidade só se conquista com a comunhão e a nossa entrega a quem que mais
precisa de amor, de uma palavra amiga e de uma presença fraterna?
Senhor,
arrancaram-Te a túnica, de uma só peça, talvez feita por Tua Mãe, e
sortearam-na como se não tivesse dono!
Queremos,
aqui, pedir-Te, responsabilidade e coração para todos os que ainda hoje
despojam e roubam os pobres, com menos conhecimentos das suas razões e
direitos, com menor capacidade de defesa, com necessidade daqueles que os roubam,
tendo, por isso, que ficar quietos e calados.
Ajuda,
Senhor, todos os saneados e desalojados que vivem na nossa Paróquia e todos
aqueles que privados de companhia sofrem a solidão.
Que
ao longo da nossa vida sejamos capazes de estimar a dignidade de sermos teus
membros e templos do teu Espírito Santo.
Os
soldados cumprem a sua tarefa como de costume. Simão de Cirene parece dizer,
desanimado: “fiz o que pude”: Jesus é como um cordeiro levado ao matadouro.
Cordeiro de Deus... “Ele humilhou-se mais ainda, obedecendo até à morte e morte
de Cruz”, diz-nos São Paulo.
Toda
a ternura do Pai revela-se no gesto de Jesus, estendendo os braços e as mãos
sobre uma cruz: “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho único a
fim de que o mundo seja salvo por Ele”, diz-nos São João.
Hoje
ainda, quanta gente cravada numa cruz: os doentes crucificados pela dor física
e de solidão, aqueles que são crucificados pelo luto ou pela prova, os que
perdem toda a esperança, os que sofrem de subdesenvolvimento, os famintos, os
que não sabem ler nem escrever...
Como
vivo a minha dor? Com revolta e com vontade de desistir? Ou como um caminho de
crescimento e de entrega a uma vida dedicada ao amor? Como aceito a minha cruz?
Senhor,
grande ou pequena, aceito a minha cruz porque sei que só nela posso ter a
Redenção.
Ajuda-me
a não crucificar ninguém. A de não pensar que Tu preferes a cruz e o sofrimento
à alegria e ao bem estar dos homens, ajuda a empenhar-me constantemente por
despregar da cruz do sofrimento ou da pobreza, aqueles que vivem crucificados à
minha volta: no meu prédio, na minha rua, no meu bairro, na minha Comunidade.
Em
silêncio, olhemos, contemplemos, o nosso Deus que morre por nós. E escutemos,
no mais profundo dos nossos corações, as suas últimas palavras: Pai
perdoa-lhes! Hoje estarás comigo no paraíso. Filho, eis aí a tua mãe. Mulher,
eis aí o Teu Filho. Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Pai nas vossas
mãos entrego o meu espírito.
“Ó sim, diz o Centurião, verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. Talvez eu
já tenha compreendido. A cruz é o mundo ao contrário. Não eu em primeiro
lugar... mas os outros em primeiro lugar.
Como
vivo a minha vida? Eu em primeiro lugar ou os outros? Como “morro” todos os
dias? Apoiado naquilo que é supérfluo ou no verdadeiro amor que é entrega,
perdão e presença activa na vida dos outros?
Senhor,
concede o perdão e a felicidade completa a todos aqueles que morreram esta
semana, de um modo especial os que foram da nossa Comunidade. Aqueles cujos
nomes vieram nos jornais, e os que ficaram no anonimato; os que foram vítimas
da estrada e do trabalho, e os que faleceram na paz e na intimidade familiar;
os que partiram inesperadamente, e aqueles cuja partida foi uma Via-Sacra longa
e dolorosa.
Que,
para todos eles, a Tua morte seja redenção e Vida Eterna. Que, para todos nós,
a sua morte seja uma lição e um alerta para uma vida mais comprometida Contigo
e com os irmãos.
Depois
de terem descido da cruz o corpo de Jesus, colocaram-no nos braços de Maria,
sua Mãe. Ela que O tinha sustentado após o nascimento, voltou a sustentá-Lo
após a morte. Era o Seu Filho, mas... que diferença! A que extremo sacrifício
tinha levado ela, aquele Sim da Anunciação... Nesse momento, Maria recordou a
palavra de Simeão: Este Menino está colocado como sinal de contradição e uma
espada de dor atravessará o teu coração.
Maria
tal como acolheu Jesus nos braços, acolhe-nos hoje, rezando por nós junto de
Seu Filho. Ela continua a olhar por nós, dá-nos a certeza que apesar de todas
as dificuldades e problemas, se tivermos Jesus no nosso coração alcançaremos a
verdadeira paz e certamente será mais fácil suportar a dor.
Como
acolho o exemplo de Maria na minha vida? Estou disposto a suportar as
dificuldades com a certeza de que Deus, por Maria, caminha ao meu lado?
Senhor,
finalmente desceram-Te da Cruz e puseram-Te no colo da Tua mãe.
Ajuda-nos
a perceber que dizer Sim a Deus é o caminho para a verdadeira felicidade,
apesar de todas as dores e obstáculos que vão aparecendo na nossa vida!
Que
a exemplo de Maria, Tua e nossa Mãe, sejamos capazes de confiar no Teu Amor. E
que como Maria saibamos aceitar os outros, aqueles que mais sofrem, com amor e
sem ressentimento como a Tua Mãe Te aceitou morto no calvário.
14ª
Estação: JESUS É
SEPULTADO
No
fim daquela Sexta-feira Santa, Maria, José de Arimateia, Nicodemos, João e
algumas mulheres, ungiram apressadamente o corpo e fizeram um pequeno cortejo
para lhe dar sepultura. Ao fim da tarde, o calvário ficou deserto. Os amigos
regressaram tristes. Apesar dos sinais extraordinários que tinham observado,
aquilo parecia-lhes o fim de um sonho. Os inimigos, esses exultavam: finalmente
tinham conseguido calar essa voz incómoda, livrar-se dessa presença importuna.
Ao
fim de muitos funerais cristãos, ainda se nota essa sensação de fim. As pessoas
dispersam-se como se tudo tivesse acabado. Mas, como nos diz a liturgia, a vida
não acaba apenas se transforma... Falta-nos compreender o mistério do grão de
trigo lançado à terra, de que nos fala São Paulo, ou a necessidade de
atravessar a morte para viver e dar a vida. Se o grão de trigo lançado à terra
não morrer, fica só; mas... se morrer, produz fruto abundante.
Como
enfrento a morte na minha vida? Como um terminar de tudo ou como o começo para
a verdadeira vida em Deus? Como aceito Deus que me chama para Si, para o Seu
Amor?
Senhor
Jesus que nas horas sombrias em que o luto bate à nossa porta, Tu abras o nosso
coração à esperança da ressurreição. Que as lágrimas que derramamos não nos
levem ao desespero, mas a uma aproximação de Ti que És verdadeiro consolo.
Que
a morte, Senhor, não seja para nós um acontecimento inevitável ou o fim absurdo
da vida terrena, mas a aurora duma vida sem fim....
Sem
a Ressurreição, a Via-sacra não teria sentido porque seria apenas um recordar
os passos dolorosos de um homem que morreu e jaz morto na poeira dos séculos.
Mas
não. Cristo vive. E assim a Via-sacra tem sentido porque renova a presença
amiga de Jesus nos passos de cada homem e de cada mulher do mundo inteiro.
Como
testemunho a Ressurreição de Jesus na minha vida? Será que me fico pela
Sexta-Feira Santa ou sou capaz de compreender que Jesus passou pela morte mas
para chegar à verdadeira vida? Como manifesto a minha alegria de ser cristão
perante o outro que sofre e que muitas vezes duvida de Deus na sua vida?
Senhor,
anda muito em voga a tese do Deus morto.
Convém
que Deus tenha morrido. Estorva menos a certas consciências.
Ajuda-nos
a ver que a nossa vida é uma prova real da Tua;
Que
em Ti e por Ti existimos;
Que
toda a vida à margem da Tua – é morte;
Que
quem não recolhe contigo – dispersa;
Que
quem quiser poupar a sua vida – perde-se para si e para os outros;
Que
é preciso o grão apodrecer na terra para dar muito fruto;
Que
a Tua Ressurreição é primícia e garantia da nossa;
Que
a Tua Via-Sacra não foi um fracasso, mas um triunfo sobre o pecado e a morte;
Que
não somos loucos em seguir-Te, porque Tu o foste primeiro por nós, percorrendo
e caminho à nossa frente; E ensina-nos, Senhor, a acolher em nós e levar aos
outros os frutos da Tua Morte e da Tua Ressurreição!
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