sábado, 8 de abril de 2017

Caminhar com Jesus em Via-Sacra!

1ª Estação: JESUS É CONDENADO À MORTE



Pilatos sabe bem que Jesus é inocente, mas hipocritamente esquiva-se quando os judeus pedem a Sua crucificação.
Jesus olha sofrido para o povo que O condena, para Pilatos e para toda a humanidade.
Jesus olha para mim e pede-me que acolha todos aqueles que no sofrimento se transformam em Sua imagem.
Como é que olhamos o nosso irmão que sofre e que precisa da nossa ajuda?
Fazemos como Pilatos e lavamos as mãos, deixando-os entregues à solidão? Ou dispomo-nos a acolher e ajudar o que sofre com uma palavra de conforto, de ajuda e de confiança?

Senhor Jesus nós Te pedimos que nos ajudes a estar atentos a todos aqueles que sofrem sozinhos e que a nossa atitude não seja a de lavar as mãos como Pilatos, mas fundamentalmente a de amar sem limites aqueles que mais precisam de Ti.

2ª Estação: JESUS CARREGA COM A CRUZ


Após a condenação, Jesus saiu carregando a Sua cruz em direcção ao Calvário.
Quem não tem a sua cruz em direcção ao calvário da vida? Doença, desgosto, solidão, ingratidão, abandono... são tantos... os nomes da cruz!
Jesus levou a cruz em direcção ao calvário para nos resgatar. Há tanta gente que leva uma cruz, por vezes bem pesada, sem rumo e sem sentido!
Aceitamos ou recusamos a nossa cruz? Como encaramos o sofrimento? Como um fardo pesado que Deus me coloca  aos ombros ou como caminho de descoberta do verdadeiro amor de Deus na nossa vida?

Senhor, pedimos-Te por aqueles que têm uma cruz mais pesada: uma doença incurável, uma pessoa inválida para tratar durante anos e anos, um filho incorrigível, uma marido ou esposa alheios às responsabilidades familiares...
Pedimos-Te por aqueles que não têm cruz nenhuma e levam a cruz duma vida inútil e vazia. Por aqueles que procuram uma cruz diferente e com isso aumentam o peso da sua, pela ansiedade de nunca se verem livres nem identificados com ela. Aqueles que arrastam a que têm, com uma sensação de fatalismo e derrota.
Senhor, lembra-lhes que não houve santo que não tivesse a sua cruz, nem cruz que não desse um santo! Por isso, dá-lhes o desejo de santidade. 

3ª Estação: JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ



Caído por terra, Jesus procurava levantar-se. Um soldado sustenta a cruz para O ajudar. Ao redor todos se riem d´Ele. Jesus não caiu por sua culpa. Caiu de fadiga, Ele tinha aceitado a condição humana. Quis conhecer a fadiga, a fadiga do corpo.
Como é que nós aceitamos as nossas quedas? Como ajudamos os outros, os que mais sofrem, a levantar-se das suas quedas quando perante a dor desanimam e se sentem sós? Será que somos indeferentes ao amor de Deus que nos quer ajudar a recomeçar o caminho?

Senhor, perdoa as minhas fraquezas, os meus pecados.
Ensina-me, Jesus, a perseverar, a continuar o meu caminho, com humildade, para  o levar até ao fim. Ajuda-me a estar atento aos que desanimam e caem na tristeza e na angústia perante as dificuldades. Que eu, com a Tua força possa auxiliar aqueles que precisam de Ti, para continuar o seu caminho.

4ª Estação: JESUS ENCONTRA-SE COM MARIA, SUA MÃE



“Ó vós todos que passais pelo caminho, olhai e vede de há dor semelhante à minha”.
As mãos de Cristo estenderam-se como um apelo, as mãos da Virgem estenderam-se como um acolhimento! A Virgem está lá, no caminho do Seu Filho. Aceitar a salvação, Deus na nossa vida, é também aceitar Maria no nosso caminho. Jesus dá-nos Maria para nos ajudar.
Como acolho os meus irmãos? Como aceito Deus no meu caminho?

Senhor, Tu que continuas a encontrar-Te connosco em todo aquele que está condenado a levar a cruz da pobreza, da fome, da doença, do pecado, dos próprios problemas e complexos, ajuda-nos, com Maria a aceitar e acolher os que passam por nós, na vida.

5ª Estação: SIMÃO DE CIRENE AJUDA JESUS A LEVAR A CRUZ



Que bela missão a de Simão de Cirene. Talvez não conhecesse O Condenado, talvez tivesse relutância em ajudá-Lo, mas foi seu companheiro, apesar de estrangeiro...
Levar a cruz dos outros, ajudar a que seja menos pesada, ser amparo os outros que têm uma cruz difícil, é vocação de todos nós.
Há muitos homens e mulheres que têm uma cruz muito pesada: os doentes, os esfomeados, os drogados, e tantos outros que precisam de cireneus.
Será que me disponho a ajudar o outro que mais sofre quando esse precisa de uma força para continuar o seu caminho? Ou será que passo ao lado e me torno um mero espectador que até tem pena mas que nada faz para ajudar o que mais precisa?

Senhor Jesus, sobre os ombros do cireneu a vossa cruz; e sobre os vossos ombros agora livres, as cruzes de todos os homens de ontem, de hoje e de sempre.
Senhor, Vós em nós e nós em Vós; na vossa cruz a nossa cruz!
Ajudai-nos, Senhor, a encontrar a Vossa Paz! 

6ª Estação: VERÓNICA LIMPA O ROSTO DE JESUS



Cristo levando a sua cruz, olhou para Verónica. Verónica, de joelhos, estendeu o pano com que tinha enxugado o rosto de Jesus. E esse rosto ficou impresso naquele pano. Verónica, a mulher de quem não se sabe nada, exepto que enxugou o rosto de Jesus. Ela não teve medo. O rosto de Jesus não lhe meteu medo. Pelo contrário: atraiu o seu amor. Esse rosto não parecia já um rosto humano; mas... contudo esse rosto é a imagem do Deus invisível.
Verónica veio espontaneamente ao encontro de Jesus. Olhou-O com amor... Compadeceu-se;
Muitas vezes não somos generosos, porque não olhamos longamente, porque evitamos olhar o rosto de Cristo, defigurado em tantos irmãos que sofrem. Jesus dá-se a reconhecer naqueles que sofrem, porque não queremos reconhecer nesses, o rosto de Cristo?

Senhor, hoje Te pedimos por todas as mulheres anónimas que ao longo da Tua vida Te socorreram e as que hoje e em todos os tempos, trouxeram a Tua imgem gravada na sua vida.
Muitas há, que se preocupam mais com limpar o pó das Tuas imagens ou pagar para que seja encarnadas novamente.
Temo-las em todas as comunidades cristãs. Também na nossa. Mas também temos muitas outras  que se preocupam com os seus irmãos que sofrem na carne ou no espírito: as enferemeiras desta Comunidade que se oferecem para fazer curativos e dar injecções aos doentes pobres; as visitadoras dos doentes, dos pobres nos lares, nas casas de assistência ou no domicílio; as mulheres que aguentam, pacientemente, uma vida inteira ao lado de um familiar doente ou inválido, porque nele vêem a Tua imagem viva.
Para todas estas, Senhor, pedimos ajuda. Por todas elas, pelo dom que elas são na nossa comunidade, obrigado Senhor.

7ª Estação: JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ



Diante de Jesus esmagado pelo madeiro da cruz, lembremo-nos do que Ele tinha dito aos apóstolos: - “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz.”
Quem crê ainda em Jesus no pequeno grupo de amigos que O seguiram entre as injúrias da multidão?
Podiam eles ainda conservar, no fundo coração, esta paz que lhes tinha prometido? Mas não é nos piores momentos da nossa vida, quando estamos em sofrimento e vemos os irmãos a sofrer, que precisamos de pedir a Sua Paz? Como vivo esta paz que Jesus me pede para assumir diante do outro, de um modo especial, daquele que mais sofre?

Senhor, às vezes revolto-me comigo mesmo, fico triste, humilhado.
Custa aceitar-me tal como sou; queria dizer um não decidido ao pecado!
Mas esqueço-me que isso só é possível com a Tua ajuda.
Ás vezes, como o Cireneu, esqueço-me que sou apenas Teu auxiliar, mas eras Tu quem deveria levar a cruz!
Não me preocupo Contigo, não procuro acertar o meu passo com o Teu, não vejo que estou a correr demais para as minhas forças.
E fico triste, perco a paz interior!
Ajuda-me, Senhor, a encarar a vida como ela é: um caminho de amor que queres fazer com cada um de nós. Que todos aqueles que se encontram connosco, sintam encontrar-se Contigo e consigam a coragem necessária para caminhar rumo ao Teu Amor!

8ª Estação: AS MULHERES DE JERUSALÉM CHORAM POR JESUS



Há alguém, este grupo de mulheres, que parece ter consciência da injusta condenação de Jesus e quer fazer-lhe companhia, chorar por Ele, lamentar-se. Corações bons e generosos, corações amigos e compadecidos. Precisamos deles, hoje, perante a dor de tantos “cristos” que sofrem, perante tanto condenado injustamente, perante tanta gente que não tem consolo, amparo, carinho e amizade.
Mas aquelas mulheres não devem chorar por Ele, mas antes chorar por elas mesmas e pelos seus filhos. Se Jesus morre é para ser fonte de vida, duma vida nova, pelo poder do amor com que Se dá e se oferece pelos homens. Afinal, Ele não precisa de compaixão. Elas e os seus filhos, sim! Nós, hoje, também.
Mas os ramos secos, sem a seiva da graça e da santidade, precisam de quem reze por eles para que floresçam e se tornem viçosos pela força do perdão e do arrependimento. Jesus é o ramo verde, cheio de santidade e de graça.
Será que reconheço os meus pecados perante a graça e santidade de Deus? Rezo pelos outros e pelas suas dificuldades e angústias?

Senhor Jesus, nosso irmão e nosso amigo;
Tu que choraste sobre Jerusalém, chora sobre nós, chora connosco, lágrimas de arrependimento e de conversão.
Senhor Jesus, pleno de graça e santidade, converte-nos, transforma a nossa secura em amor!
Senhor Jesus, fonte de Vida, faz-nos florir em obras de graça, de justiça e de santidade.


9ª Estação: JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ



Jesus é esmagado pela cruz. Todo o peso dessa cruz cai sobre Ele. “Foi por causa dos nossos pecados que Ele foi triturado. O castigo que nos obtém a paz caiu sobre Ele, diz Isaías. Jesus tomou sobre Si o pecado de todos. Ele solidarizou-se com os pecadores. Foi abatido pelo pecado do mundo.
E nós sabemos aceitar as provas que encontramos ao longo da vida? Ou será que lançamos as culpas sobre os outros quando estamos mais tristes e angustiados? Será que sobrecarrego aos outros ainda mais a sua cruz?

Senhor, hoje não se peca mais do que antes, mas tem-se, talvez, menos pena de pecar.
Queremos, por isso, pedir-Te por aqueles que perderam a consciência do pecado, pelos que se sentem bem no pecado, pelas madalenas de todos os homens, os judas de todas as traições e por tantos outros que sobrecarregam a sua cruz e a cruz dos outros.
Pedimos-Te, principalmente, por aqueles que ainda não chegaram à terceira queda para que, ao chegarem lá, saibam levantar-se como Tu Te ergueste debaixo da cruz e saibam reflectir e chorar como Pedro, desandar por outro caminho e seguir-Te embora de longe....

10ª Estação: JESUS É DESPOJADO DAS SUAS VESTES



Jesus chegou ao lugar onde vai ser crucificado. Os soldados tomaram as suas vestes e repartiram-nas. Lançaram sorte para ver quem ficava com a Sua túnica. Todas as chagas do seu corpo se renovaram, quando lhe arrancaram as vestes.
Nos caminhos da vida, é preciso aprender, saber e querer despojar-se algumas vezes para partilhar. É preciso saber despojar-nos daquilo que se nos cola á pele: as nossas opções infalíveis, tudo aquilo a que nos agarramos.
Cristo Jesus é também a imagem de todos aqueles que são despojados: despojados da honra do trabalho, da dignidade de trabalhadores...
Ele é sinal de todos estes rejeitados e daqueles que privados de saúde, de companhia e outras privações ficam sós e abandonados não encontrando nos outros uma ajuda e um apoio para poder suportar melhor as suas dores e angústias.
Como me despojo diante dos outros? Com tudo aquilo que tenho, os meus egoísmos e as minhas certezas? Ou será que me despojo com amor, ao ponto de perceber que a felicidade só se conquista com a comunhão e a nossa entrega a quem que mais precisa de amor, de uma palavra amiga e de uma presença fraterna?

Senhor, arrancaram-Te a túnica, de uma só peça, talvez feita por Tua Mãe, e sortearam-na como se não tivesse dono!
Queremos, aqui, pedir-Te, responsabilidade e coração para todos os que ainda hoje despojam e roubam os pobres, com menos conhecimentos das suas razões e direitos, com menor capacidade de defesa, com necessidade daqueles que os roubam, tendo, por isso, que ficar quietos e calados. 
Ajuda, Senhor, todos os saneados e desalojados que vivem na nossa Paróquia e todos aqueles que privados de companhia sofrem a solidão.
Que ao longo da nossa vida sejamos capazes de estimar a dignidade de sermos teus membros e templos do teu Espírito Santo.

11ª Estação: JESUS É CRAVADO NA CRUZ



Os soldados cumprem a sua tarefa como de costume. Simão de Cirene parece dizer, desanimado: “fiz o que pude”: Jesus é como um cordeiro levado ao matadouro. Cordeiro de Deus... “Ele humilhou-se mais ainda, obedecendo até à morte e morte de Cruz”, diz-nos São Paulo.
Toda a ternura do Pai revela-se no gesto de Jesus, estendendo os braços e as mãos sobre uma cruz: “Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o Seu Filho único a fim de que o mundo seja salvo por Ele”, diz-nos São João.
Hoje ainda, quanta gente cravada numa cruz: os doentes crucificados pela dor física e de solidão, aqueles que são crucificados pelo luto ou pela prova, os que perdem toda a esperança, os que sofrem de subdesenvolvimento, os famintos, os que não sabem ler nem escrever...
Como vivo a minha dor? Com revolta e com vontade de desistir? Ou como um caminho de crescimento e de entrega a uma vida dedicada ao amor? Como aceito a minha cruz?

Senhor, grande ou pequena, aceito a minha cruz porque sei que só nela posso ter a Redenção.
Ajuda-me a não crucificar ninguém. A de não pensar que Tu preferes a cruz e o sofrimento à alegria e ao bem estar dos homens, ajuda a empenhar-me constantemente por despregar da cruz do sofrimento ou da pobreza, aqueles que vivem crucificados à minha volta: no meu prédio, na minha rua, no meu bairro, na minha Comunidade.

12ª Estação: JESUS MORRE NA CRUZ



Em silêncio, olhemos, contemplemos, o nosso Deus que morre por nós. E escutemos, no mais profundo dos nossos corações, as suas últimas palavras: Pai perdoa-lhes! Hoje estarás comigo no paraíso. Filho, eis aí a tua mãe. Mulher, eis aí o Teu Filho. Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Pai nas vossas mãos entrego o meu espírito.
“Ó sim, diz o Centurião, verdadeiramente este homem era Filho de Deus”. Talvez eu já tenha compreendido. A cruz é o mundo ao contrário. Não eu em primeiro lugar... mas os outros em primeiro lugar.
Como vivo a minha vida? Eu em primeiro lugar ou os outros? Como “morro” todos os dias? Apoiado naquilo que é supérfluo ou no verdadeiro amor que é entrega, perdão e presença activa na vida dos outros?

Senhor, concede o perdão e a felicidade completa a todos aqueles que morreram esta semana, de um modo especial os que foram da nossa Comunidade. Aqueles cujos nomes vieram nos jornais, e os que ficaram no anonimato; os que foram vítimas da estrada e do trabalho, e os que faleceram na paz e na intimidade familiar; os que partiram inesperadamente, e aqueles cuja partida foi uma Via-Sacra longa e dolorosa.
Que, para todos eles, a Tua morte seja redenção e Vida Eterna. Que, para todos nós, a sua morte seja uma lição e um alerta para uma vida mais comprometida Contigo e com os irmãos.
13ª Estação: 
JESUS É DESCIDO DA CRUZ E 
COLOCADO NOS BRAÇOS DE SUA MÃE



Depois de terem descido da cruz o corpo de Jesus, colocaram-no nos braços de Maria, sua Mãe. Ela que O tinha sustentado após o nascimento, voltou a sustentá-Lo após a morte. Era o Seu Filho, mas... que diferença! A que extremo sacrifício tinha levado ela, aquele Sim da Anunciação... Nesse momento, Maria recordou a palavra de Simeão: Este Menino está colocado como sinal de contradição e uma espada de dor atravessará o teu coração.
Maria tal como acolheu Jesus nos braços, acolhe-nos hoje, rezando por nós junto de Seu Filho. Ela continua a olhar por nós, dá-nos a certeza que apesar de todas as dificuldades e problemas, se tivermos Jesus no nosso coração alcançaremos a verdadeira paz e certamente será mais fácil suportar a dor.
Como acolho o exemplo de Maria na minha vida? Estou disposto a suportar as dificuldades com a certeza de que Deus, por Maria, caminha ao meu lado?

Senhor, finalmente desceram-Te da Cruz e puseram-Te no colo da Tua mãe.
Ajuda-nos a perceber que dizer Sim a Deus é o caminho para a verdadeira felicidade, apesar de todas as dores e obstáculos que vão aparecendo na nossa vida!
Que a exemplo de Maria, Tua e nossa Mãe, sejamos capazes de confiar no Teu Amor. E que como Maria saibamos aceitar os outros, aqueles que mais sofrem, com amor e sem ressentimento como a Tua Mãe Te aceitou morto no calvário.

14ª EstaçãoJESUS É SEPULTADO


No fim daquela Sexta-feira Santa, Maria, José de Arimateia, Nicodemos, João e algumas mulheres, ungiram apressadamente o corpo e fizeram um pequeno cortejo para lhe dar sepultura. Ao fim da tarde, o calvário ficou deserto. Os amigos regressaram tristes. Apesar dos sinais extraordinários que tinham observado, aquilo parecia-lhes o fim de um sonho. Os inimigos, esses exultavam: finalmente tinham conseguido calar essa voz incómoda, livrar-se dessa presença importuna.
Ao fim de muitos funerais cristãos, ainda se nota essa sensação de fim. As pessoas dispersam-se como se tudo tivesse acabado. Mas, como nos diz a liturgia, a vida não acaba apenas se transforma... Falta-nos compreender o mistério do grão de trigo lançado à terra, de que nos fala São Paulo, ou a necessidade de atravessar a morte para viver e dar a vida. Se o grão de trigo lançado à terra não morrer, fica só; mas... se morrer, produz fruto abundante.
Como enfrento a morte na minha vida? Como um terminar de tudo ou como o começo para a verdadeira vida em Deus? Como aceito Deus que me chama para Si, para o Seu Amor?

Senhor Jesus que nas horas sombrias em que o luto bate à nossa porta, Tu abras o nosso coração à esperança da ressurreição. Que as lágrimas que derramamos não nos levem ao desespero, mas a uma aproximação de Ti que És verdadeiro consolo.
Que a morte, Senhor, não seja para nós um acontecimento inevitável ou o fim absurdo da vida terrena, mas a aurora duma vida sem fim....

15 ª EstaçãoJESUS RESSUSCITA AO TERCEIRO DIA



Sem a Ressurreição, a Via-sacra não teria sentido porque seria apenas um recordar os passos dolorosos de um homem que morreu e jaz morto na poeira dos séculos.
Mas não. Cristo vive. E assim a Via-sacra tem sentido porque renova a presença amiga de Jesus nos passos de cada homem e de cada mulher do mundo inteiro.
Como testemunho a Ressurreição de Jesus na minha vida? Será que me fico pela Sexta-Feira Santa ou sou capaz de compreender que Jesus passou pela morte mas para chegar à verdadeira vida? Como manifesto a minha alegria de ser cristão perante o outro que sofre e que muitas vezes duvida de Deus na sua vida?

Senhor, anda muito em voga a tese do Deus morto.
Convém que Deus tenha morrido. Estorva menos a certas consciências.
Ajuda-nos a ver que a nossa vida é uma prova real da Tua;
Que em Ti e por Ti existimos;
Que toda a vida à margem da Tua – é morte;
Que quem não recolhe contigo – dispersa;
Que quem quiser poupar a sua vida – perde-se para si e para os outros;
Que é preciso o grão apodrecer na terra para dar muito fruto;
Que a Tua Ressurreição é primícia e garantia da nossa;
Que a Tua Via-Sacra não foi um fracasso, mas um triunfo sobre o pecado e a morte;
Que não somos loucos em seguir-Te, porque Tu o foste primeiro por nós, percorrendo e caminho à nossa frente; E ensina-nos, Senhor, a acolher em nós e levar aos outros os frutos da Tua Morte e da Tua Ressurreição! 

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