Aprende-se a rezar, rezando. Não há
regra, para os cristãos, de quantas vezes ao dia devem fazer oração. O
Evangelho fala-nos da «obrigação de orar sempre, sem desfalecer» (Lc 18, 1). «É
verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação, dar-Vos graças, sempre e em toda
a parte, por Cristo Nosso Senhor» – ouvimos no Prefácio de todas as celebrações
da Eucaristia. Dar graças é uma das formas mais nobres de oração, talvez
demasiado esquecida e pouco praticada. Certo é que devemos rezar todos os dias.
Sirva-nos de estímulo e de critério o exemplo de Jesus e a oração do Pai-Nosso,
que Ele nos ensinou.
Mais que o «quanto tempo», importa o
modo como se reza. Importa que a oração seja fonte e raiz para uma relação
minha mais profunda, mais viva, mais constante, com Jesus. É preciso que nos
habituemos a ela, até que se torne imprescindível no nosso quotidiano. Custa a
começar, mas sentimos que faz bem. É um exercício que exige esforço, mas vale a
pena, porque dá frutos.
Rezar é falar com Deus. Podemos
dizer-Lhe tudo, queixar-nos, protestar, insistir. Mas aprendamos também a
aguardar resposta. À medida que se vai progredindo na oração, cada vez mais
esta passa a consistir mais em ouvir do que em falar. Reflictamos, diante de
Deus, em quanto Lhe devemos, em quanto recebemos de graça, porque Ele
pensou/pensa em mim, porque é meu amigo e me ama. Ouvi-Lo, também significa
recorrer mais e mais às palavras e mensagens do Evangelho, em que aprendemos a
chamar a Deus nosso Pai: um Pai misericordioso, presente, atento, carinhoso. Falar
com Ele e escutá-Lo, serena a nossa alma, acalma as nossas iras e impaciências,
torna-nos compreensivos e disponíveis.
Se rezamos todos os dias, Deus
ouve-nos; nós sentimos os efeitos da oração; os outros dar-se-ão conta de que
rezar é indispensável e modifica as pessoas, para bem dos que rezam e de quem
convive com elas.
(Apostolado
da Oração)
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