Aprender
a agradecer tudo que temos é uma forma excelente de cuidar carinhosamente da
saúde psíquica. Hoje é tempo de agradecer aos nossos pais, aos nossos filhos, à
pessoa amada e aos amigos. Agradecer o carinho, o afeto, e a dedicação, dizer
que eles fazem a diferença nas nossas vidas. Quem não sabe agradecer não sabe
saldar as dívidas de amor consigo mesmo e com os outros.
Devemos
agradecer pelo nosso coração que pulsa, pelo sangue que irriga biliões de
células, pelo ar que respiramos, os alimentos que ingerimos, os trabalhadores
que os produzem.
Expressar
gratidão pelo sol, exaltar pela chuva, agradecer o perfume das flores, a
sombras das árvores, o canto dos pássaros.
Agradecer
as conquistas realizadas, as batalhas vencidas, as etapas superadas, as crises resolvidas.
Agradecer as lutas perdidas e as dificuldades sofridas. Uma pessoa saudável é
especialista em agradecer, vive com intensidade, não se psicoadapta, não perde
o encanto, não se entedia nem se aprisiona nas tramas da rotina. Uma pessoa
doente é especialista em reclamar, em viver superficialmente, sem admiração por
todos os pequenos dons de que estamos cercados. A consciência
da gratidão é uma das mais notáveis características da personalidade. Ela não é
fruto de um processo mágico, mas de um exercício intelectual que nos leva a
compreender que na vida surgem factos imprevisíveis e inevitáveis, é uma forma
revolucionária de mudar as coisas, pelo menos dentro de nós mesmos.
Conheci
um pai que perdeu seus dois únicos filhos num acidente. Tinha motivos para se
fechar no seu mundo, enclausurar-se dentro de si mesmo e não mais sorrir. Tinha
motivos para entrar em depressão e teve uma depressão profunda. Tinha motivos
para desistir da existência, mas não o fez. Quando me procurou, eu disse-lhe
que medicamentos antidepressivos e tranquilizantes poderiam trazer-lhe alívio
momentâneo, mas não resolveriam a sua crise existencial, não estancariam sua
angústia para sempre.
Respeitei a sua dor e durante o tratamento mostrei-lhe que pelo menos dois caminhos: ou lamentaria a perda dos filhos para o resto da sua vida e consequentemente paralisaria a sua emoção e asfixiaria a sua inteligência ou agradeceria cada hora e cada dia que vivera intensamente com eles.
Respeitei a sua dor e durante o tratamento mostrei-lhe que pelo menos dois caminhos: ou lamentaria a perda dos filhos para o resto da sua vida e consequentemente paralisaria a sua emoção e asfixiaria a sua inteligência ou agradeceria cada hora e cada dia que vivera intensamente com eles.
Ele
escolheu treinar a sua emoção e o seu eu para agradecer. Diariamente expressou
a gratidão por ter cuidado dos filhos desde a infância, por cada sorriso, cada
abraço, cada beijo, cada momento de diálogo que tiveram juntos. As suas saudades
nunca ficaram resolvidas, mas encontrou uma fonte de alegria no meio da dor,
uma fonte de conforto na mais dilacerante miséria, e deixou de estar deprimido.
* Do
livro 'A Sabedoria Nossa de Cada Dia' de Augusto Cury
Sou simples, tenho uma vida simples, e dessa simplicidade nos últimos anos tenho sentido muito das maravilhas advindas do agir com gratidão. É uma simples atitude, sim, é intelectual e daí se torna uma ação física, demonstrada de diversas formas imagináveis, mas que parece extremamente sofisticada pelo que nos devolve de volta.
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