A misericórdia de
Deus é muito concreta, e todos somos chamados a fazer experiência dela
pessoalmente.

Nós procuramo-Lo, mas Ele antecipa-Se-nos sempre, desde
sempre nos procura e encontra-nos primeiro. Talvez algum de vós sinta um peso
no coração e pense: Fiz isto, fiz aquilo… Não temais! Ele espera-vos. É pai;
sempre nos espera. Como é belo encontrar no sacramento da Reconciliação o
abraço misericordioso do Pai, descobrir o confessionário como o lugar da
Misericórdia, deixar-nos tocar por este amor misericordioso do Senhor que nos
perdoa sempre!
E tu, caro jovem, cara jovem, já alguma vez sentiste pousar
sobre ti este olhar de amor infinito que, para além de todos os teus pecados,
limitações e fracassos, continua a confiar em ti e a olhar com esperança para a
tua vida? Estás consciente do valor que tens diante de um Deus que, por amor,
te deu tudo? Como nos ensina São Paulo, assim «Deus demonstra o seu amor para
connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós»(Rm 5,
8). Mas compreendemos verdadeiramente a força destas palavras?
Sei
como todos vós amais a cruz das JMJ’s – dom de São João Paulo II – que, desde
1984, acompanha todos os vossos Encontros Mundiais. Na vida de inúmeros jovens,
quantas mudanças – verdadeiras e próprias conversões – brotaram do encontro com
esta cruz singela! Talvez vos tenhais posto a questão: donde vem esta força
extraordinária da cruz?

Com qual dos dois nos identificamos? Com aquele que é presunçoso e
não reconhece os próprios erros? Ou com o outro, que se reconhece necessitado
da misericórdia divina e implora-a de todo o coração? No Senhor, que deu a sua
vida por nós na cruz, encontraremos sempre o amor incondicional que reconhece a
nossa vida como um bem e sempre nos dá a possibilidade de recomeçar.
(da Mensagem do Papa Francisco para a XXXI Jornada Mundial da Juventude - 2016)
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