segunda-feira, 11 de julho de 2016

São Bento de Núrsia - Homem do Silêncio e da Contemplação!

Quando, Bento de Núrsia, o futuro fundador da Ordem dos Beneditinos, nasce no ano de 490, em Núrsia (Itália), os seus pais, cristãos abastados, chamam-no Bento (do latim benedictus, “o abençoado”).
Enviado a Roma para estudar Direito, deixa os livros preferindo a solidão à multidão e a contemplação à agitação. Seguem-se sucessivas experiências de vida solitária e comunitária.
O seu carisma excepcional atrai discípulos, que são enviados para Subiaco, nos arredores de Roma, ocupando doze mosteiros que se colocam sob a sua direcção espiritual.
Cerca de 529 estabelece-se no Monte Cassino, onde funda uma comunidade estável. É lá que dedica os últimos anos da sua vida a elaborar a regra monástica que vai ganhar autoridade em toda a cristandade.O texto resulta da sua prática pessoal, do conhecimento de regras já existentes e de escritos dos Padres do Deserto, pioneiros da vida monástica no Médio Oriente.
Bento é herdeiro de uma longa tradição, que pretende dar a redescobrir. O seu génio está em ter conseguido unificar, formular e transmitir essa riqueza com grande discernimento.
A sua Regra compreende 73 capítulos que indicam aos monges, com precisão, e num tom benevolente, a melhor maneira para rezar, viver em conjunto e conformar-se ao Evangelho. O texto prescreve um programa diário de sete momentos de oração comum (a Liturgia das Horas) e um ofício de salmos e leituras a meio da noite (as Matinas ou Vigílias).
A regra beneditina detalha igualmente o modo de eleição do abade, que é o garante do desenvolvimento fraternal e espiritual da comunidade.
Bento sublinha três preceitos: a estabilidade (contra a vagabundagem frequente dos monges da época), o trabalho manual (outra maneira de louvar Deus) e a ponderação em todas as coisas (contra o excesso da ascese): 
“Tudo se fará com moderação, por causa dos frágeis”, avisa.
Interior do Mosteiro do Subiaco


Por outro lado, Bento manifesta uma severidade fora do comum no que se refere à propriedade privada, obstáculo ao ideal evangélico de desprendimento, e à maledicência, que destrói todo o esforço de vida colectiva.
Quando Bento morre no Monte Cassino cerca do ano 547, só três mosteiros aplicam a sua Regra, que se haveria de impor lentamente em todo o Ocidente. Em 1964, o Papa Paulo VI proclama-o padroeiro da Europa.

"In Pèlerin" (trad. S. Nac. Past. Cultura) 

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