sexta-feira, 1 de julho de 2016

Quando os nossos lábios se fecham...

Firme na sua essência, a oração reveste-se de várias formas de expressão. 
Algumas pessoas rezam num silêncio profundo. Permanecer em silêncio, na presença de Deus, com desejo de acolher o seu Espírito Santo, é já procurá-lo. 
Há quem se exprima com muitas palavras. Santa Teresa de Ávila escreveu: «Quando falo ao Senhor, muitas vezes nem sei o que lhe digo.»
Outras rezam com apenas algumas palavras. Ditas lentamente ou cantadas, cinco, dez vezes, do fundo do coração, estas palavras podem alimentar uma vida de comunhão com Deus. São oração curtas como estas: «Deus só pode amar, o nosso Deus é ternura»; «Só em Deus a minha alma descansa em paz.»
Quando rezamos, procuramos exprimir o que há de mais pessoal em nós. Por vezes, do fundo de nós, surge uma inspiração, uma intuição. Mas não nos preocupemos se não surgir nenhuma palavra. Pode haver em nós resistências, opacidades, momentos em que, na oração, os nossos lábios permanecem fechados. 
Então Santo Agostinho lembra-nos: «Há uma voz do coração e uma linguagem do coração... É esta voz interior que é a nossa oração, quando os nossos lábios se fecham e a nossa alma se abre diante de Deus. Calamo-nos e o nosso coração fala. Não aos ouvidos dos homens, mas aos de Deus. Não duvides: Deus saberá ouvir-te».

Espírito Santo, Tu vens sempre a nós e, 
em nós, há uma presença maravilhosa. 
A nossa oração pode ser muito pobre, 
mas Tu rezas até no silêncio dos nossos corações.

(Irmão Roger de Taizé)



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